Há mais sardinha para pescar no regresso à faina
Barcos partem amanhã para o mar, 15 dias mais cedo, e crescem os limites diários de capturas
A frota da sardinha volta, amanhã, ao mar e, este ano, há mais 2400 toneladas para pescar. O regresso à faina dos barcos do cerco chega 15 dias mais cedo, crescem os limites diários de capturas e, mais uma vez, não há dia de pausa a meio da semana. Em dois anos, a quota nacional da sardinha cresceu 131%.
“Portugal e Espanha decidiram adotar um limite de capturas para 2022 de 44 262 toneladas, das quais cerca de 29 400 toneladas para Portugal (66,5 %)”, afirma o despacho, assinado pela ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, e publicado, ontem, em “Diário da República”.
Em dezembro, o ICES (Conselho Internacional para a Exploração do Mar) recomendava, para 2022, uma quota ibérica de 41 777 toneladas. A decisão final de Portugal e Espanha fica ligeiramente acima (44 262).
Ainda assim, os dois países garantem estar a cumprir o novo Plano Plurianual 2021-2026, com uma “abordagem precaucionária” e “de acordo com o aconselhamento científico”. No parecer, o ICES reconhecia que, de acordo com os últimos resultados dos cruzeiros científicos, a biomassa (quantidade de sardinha no mar) duplicou entre 2019 e 2021 e, ainda que com uma duplicação de capturas, em 2021 cresceu 6,7% (394 mil toneladas).
LIMITES DIÁRIOS
Apesar das boas notícias, há que ter cautelas e, por isso, o despacho prevê a distribuição de quota por barcos inscritos em organizações de pesca (28 959 toneladas) e proprietários não membros de OP (441 toneladas), bem como limites diários de descarga (44 cabazes para embarcações com comprimento igual ou inferior a 9 metros, 96 cabazes para barcos entre os 9 e os 16 metros e 144 cabazes para os com mais de 16 metros). É ainda interdita a captura em todos os dias feriado e obrigatória a pausa de 48 horas ao fim de semana.
A ideia é poder prolongar a pescaria até final de novembro. Está ainda prevista a possibilidade de fechos em tempo real em determinadas áreas, por um período mínimo de dez dias, sempre que for detetada mais de 30% de sardinha abaixo dos 13 centímetros, a fim de proteger a espécie. A decisão será comunicada por despacho do diretor-geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos.
Em 2021, a pesca da sardinha abriu a 17 de maio e prolongou-se até fim de novembro. Portugal teve, na altura, 27 mil toneladas para pescar, depois das 12 700 de 2020.