Kjaer é o capitão herói e um autêntico seguro de vida
Médico da seleção diz que Eriksen “chegou a estar morto”. Jogador já acenou aos fãs mas tem a carreira em risco
Por estes dias, serve como exemplo daquilo que um capitão deve ser. Simon Kjaer foi tudo o que o delicado momento por que passou Christian Eriksen, que sofreu uma paragem cardíaca no jogo com a Finlândia, exigia num líder. Foi ele quem iniciou as manobras de reanimação e, assim que chegou a equipa médica junto do médio, formou, com os restantes colegas, um cordão em redor do companheiro, dando a privacidade que o momento exigia. Pouco depois, confortou a mulher de Eriksen, ao lado de Kasper Schmeichel, em pleno relvado. Já o chamam de “capitão herói” do Euro 2020, estatuto que fez por merecer.
Quanto a Christian Eriksen continua a recuperar favoravelmente. Ontem, o jogador do Inter de Milão acenou aos fãs desde a janela do hospital onde continua internado, confirmando que pior já terá passado. O médio tem sido submetido a uma bateria de exames para atestar a situação clínica, após a paragem cardíaca que sofreu. O médico da seleção dinamarquesa, Morten Boesen, confirmou que o jogador “chegou a estar morto” por breves instantes, antes de ser reanimado por ação de um desfibrilador. “Falámos com ele algumas vezes, está de bom humor”, referiu o clínico, ainda sem uma explicação para o que aconteceu.
O cardiologista Sanjay Sharma, que supervisionou os eletrocardiogramas realizados por Eriksen durante os sete anos em que o dinamarquês jogou pelo Tottenham, confirmou, à Reuters, que o médio não tinha qualquer problema cardíaco e acredita que, “possivelmente, a sua carreira no futebol acabou”.
O colapso de Christian Eriksen no jogo com a Finlândia foi o segundo presenciado pelo selecionador dinamarquês, Kasper Hjulmand. Há 12 anos, viu Jonathan Richter, do Nordsjaelland, sofrer uma paragem cardíaca após ter sido atingido por um raio. O jogador foi dado como clinicamente morto durante 41 minutos, mas recuperou a pulsação, tendo ficado em coma durante várias semanas. Richter acabaria por ver a sua perna esquerda ser-lhe amputada.