Marcelo diz que “já não voltamos atrás”, mas casos crescem
Números de internados com covid sobem e regressam a valores de abril e de maio Situação em Portugal
Apesar de os números de contágios pelo coronavírus SARS-CoV-2, de internamentos por covid-19 e de o índice de contágio estarem a aumentar, o presidente da República fez ontem uma declaração de confiança na capacidade de resistência, mas fez apelos à prudência e “bom senso”.
“Já não voltamos atrás”, espera Marcelo Rebelo de Sousa quanto a medidas drásticas. “Naquilo que depender do presidente da República, não se volta atrás”, insistiu, em visita à Feira Nacional da Agricultura, em Santarém, pouco antes da divulgação do relatório diário da situação epidemiológica.
Referente ao dia de sábado, o boletim da Direção-Geral de Saúde regista mais dois óbitos, fazendo ascender a 17 047 o número de vítimas mortais desde 2 de março do ano passado, e mais 707 novos casos de infeção com aquele coronavírus, somando 857 447 pessoas contagiadas.
O número de internados em enfermaria era de 325, mais 25 do que na véspera, o que representa o maior aumento desde o dia 28 de abril, quando estavam hospitalizadas 324 pessoas.
O número de internados em unidades de cuidados intensivos aumentou em mais cinco, ocupando 82 camas, o que corresponde ao crescimento mais expressivo desde 4 de maio, quando havia 83 pessoas com este nível de assistência.
Boletim da DGS de 13 de junho, com variação face ao dia anterior
Variação em número face ao dia anterior
Deixar a AstraZeneca
O responsável pela estratégia de vacinação da Agência Europeia do Medicamento, Marco Cavaleri, disse ao diário “La Stampa” ser preferível deixar de administrar a vacina da AstraZeneca a todos os grupos etários quando houver alternativas disponíveis.
G7 prometem milhões
Os líderes dos sete países mais desenvolvidos (G7) prometeram entregar milhões de doses adicionais de vacinas no próximo ano, mas evitaram apoiar a suspensão de patentes.
“O que justifica certas preocupações sanitárias é o número de mortos, em primeiro lugar. Depois, não haver um stress insuportável no Serviço Nacional de Saúde”, disse Marcelo.
O não voltar atrás exige às pessoas” que tenham “bom senso e respeito pelas regras sanitárias”, cabendo aos especialistas “dizer ‘não se esqueçam’ e pregar um certo susto”, acentuou, embora destacasse que há “mais de seis milhões e meio de vacinados”, além dos infetados que ficaram imunizados.
Na sexta-feira, o índice de transmissibilidade da doença no país subiu de 1,05 para 1,07 e a incidência de casos por 100 mil habitantes acumulada a 14 dias cresceu de 74,8 para 79,3. Estes indicadores são revistos hoje.
Os primeiros certificados digitais covid-19 para cidadãos nacionais deverão começar a ser emitidos a meio desta semana pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.
O certificado, cujo regulamento foi aprovado na semana passada pelo Parlamento Europeu, deve entrar em vigor em 1 de julho e atesta que o detentor cumpre um de três requisitos para viajar sem restrições: se já foi vacinado, se recuperou de uma infeção, ou se testou negativo à covid-19.
A assinatura do regulamento decorre hoje numa cerimónia oficial, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, com a participação do primeiro-ministro, António Costa, como presidente do Conselho da União Europeia. A aprovação do certificado foi “uma das prioridades” da presidência portuguesa do Conselho da UE.
Ainda hoje, será aprovada pelo conselho ministerial dos Assuntos Sociais a nova recomendação sobre as viagens internas na União. Os cidadãos totalmente vacinados ou recuperados e quem apresentar um teste negativo devem ficar isentos de restrições relacionadas com viagens. Os testes PCR devem ser realizados até 72 horas antes da deslocação, e os testes rápidos de antigénio até 48 horas.