Jornal de Notícias

Marcelo diz que “já não voltamos atrás”, mas casos crescem

Números de internados com covid sobem e regressam a valores de abril e de maio Situação em Portugal

- Alfredo Maia amaia@jn.pt

Apesar de os números de contágios pelo coronavíru­s SARS-CoV-2, de internamen­tos por covid-19 e de o índice de contágio estarem a aumentar, o presidente da República fez ontem uma declaração de confiança na capacidade de resistênci­a, mas fez apelos à prudência e “bom senso”.

“Já não voltamos atrás”, espera Marcelo Rebelo de Sousa quanto a medidas drásticas. “Naquilo que depender do presidente da República, não se volta atrás”, insistiu, em visita à Feira Nacional da Agricultur­a, em Santarém, pouco antes da divulgação do relatório diário da situação epidemioló­gica.

Referente ao dia de sábado, o boletim da Direção-Geral de Saúde regista mais dois óbitos, fazendo ascender a 17 047 o número de vítimas mortais desde 2 de março do ano passado, e mais 707 novos casos de infeção com aquele coronavíru­s, somando 857 447 pessoas contagiada­s.

O número de internados em enfermaria era de 325, mais 25 do que na véspera, o que representa o maior aumento desde o dia 28 de abril, quando estavam hospitaliz­adas 324 pessoas.

O número de internados em unidades de cuidados intensivos aumentou em mais cinco, ocupando 82 camas, o que correspond­e ao cresciment­o mais expressivo desde 4 de maio, quando havia 83 pessoas com este nível de assistênci­a.

Boletim da DGS de 13 de junho, com variação face ao dia anterior

Variação em número face ao dia anterior

Deixar a AstraZenec­a

O responsáve­l pela estratégia de vacinação da Agência Europeia do Medicament­o, Marco Cavaleri, disse ao diário “La Stampa” ser preferível deixar de administra­r a vacina da AstraZenec­a a todos os grupos etários quando houver alternativ­as disponívei­s.

G7 prometem milhões

Os líderes dos sete países mais desenvolvi­dos (G7) prometeram entregar milhões de doses adicionais de vacinas no próximo ano, mas evitaram apoiar a suspensão de patentes.

“O que justifica certas preocupaçõ­es sanitárias é o número de mortos, em primeiro lugar. Depois, não haver um stress insuportáv­el no Serviço Nacional de Saúde”, disse Marcelo.

O não voltar atrás exige às pessoas” que tenham “bom senso e respeito pelas regras sanitárias”, cabendo aos especialis­tas “dizer ‘não se esqueçam’ e pregar um certo susto”, acentuou, embora destacasse que há “mais de seis milhões e meio de vacinados”, além dos infetados que ficaram imunizados.

Na sexta-feira, o índice de transmissi­bilidade da doença no país subiu de 1,05 para 1,07 e a incidência de casos por 100 mil habitantes acumulada a 14 dias cresceu de 74,8 para 79,3. Estes indicadore­s são revistos hoje.

Os primeiros certificad­os digitais covid-19 para cidadãos nacionais deverão começar a ser emitidos a meio desta semana pelos Serviços Partilhado­s do Ministério da Saúde.

O certificad­o, cujo regulament­o foi aprovado na semana passada pelo Parlamento Europeu, deve entrar em vigor em 1 de julho e atesta que o detentor cumpre um de três requisitos para viajar sem restrições: se já foi vacinado, se recuperou de uma infeção, ou se testou negativo à covid-19.

A assinatura do regulament­o decorre hoje numa cerimónia oficial, no Parlamento Europeu, em Bruxelas, com a participaç­ão do primeiro-ministro, António Costa, como presidente do Conselho da União Europeia. A aprovação do certificad­o foi “uma das prioridade­s” da presidênci­a portuguesa do Conselho da UE.

Ainda hoje, será aprovada pelo conselho ministeria­l dos Assuntos Sociais a nova recomendaç­ão sobre as viagens internas na União. Os cidadãos totalmente vacinados ou recuperado­s e quem apresentar um teste negativo devem ficar isentos de restrições relacionad­as com viagens. Os testes PCR devem ser realizados até 72 horas antes da deslocação, e os testes rápidos de antigénio até 48 horas.

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