Heterogeneidade sob escrutínio
Eleições locais e regionais aferem atual pujança de “tories” e trabalhistas. Na Escócia, fala-se de independência
Hoje é dia de “Super Quinta-Feira”. Os britânicos vão às urnas para eleger líderes locais em Inglaterra e regionais no País de Gales e na Escócia, um ano depois da suspensão dos escrutínios devido à pandemia de covid-19.
Com o Reino Unido em pé de tempestade depois de ter sido concluído o longo e pesado acordo do Brexit, estas eleições poderão mudar o cenário político britânico e aquecer os ânimos entre conservadores e trabalhistas.
A nível local, o “Labour” luta para não perder território, como em 2019, quando perdeu para os conservadores, do primeiro-ministro, Boris Johnson, eleitores no Norte e no Centro de Inglaterra. Uma nova derrota poderá levar Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista, a repensar a sua liderança antes das próximas eleições gerais.
Já no escrutínio regional, as eleições para o Parlamento escocês serão determinantes para um eventual futuro independente da Escócia. De um lado do campo político, defende-se, no mínimo, um novo referendo sobre a independência. Do outro, estão os defensores da aliança com Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales.
Prevê-se a vitória dos independentistas do Partido Nacional Escocês, que querem tirar a gestão do país das mãos de Johnson. Todavia, mesmo que alcancem a maioria absoluta, dificilmente conseguirão convencer o primeiro-ministro britânico a alinhar num novo referendo.
Já no País de Gales, onde o
Partido Conservador espera voltar a ganhar força, depois das perdas significativas de 2016, as sondagens indicam que os trabalhistas poderão chegar à maioria absoluta no “Senedd Cymru” (Parlamento galês). O atual primeiro-ministro, o trabalhista Mark Drakeford, que tanto criticou Londres, tem a seu favor a positiva gestão da pandemia.
Segundo o site norte-americano “Politico”, espera-se ainda que o partido nacionalista Plaid Cymru consiga bons resultados e alcance um acordo com o Partido Trabalhista para comandar o Governo.
VOTAR AOS 16 ANOS
Nestas eleições, há uma novidade no País de Gales. À semelhança do que já acontecia na Escócia, o Governo estendeu o poder de voto a jovens com 16 e 17 anos e estrangeiros que estejam legais no território.
Isto porque o Executivo fez questão de incentivar todas as classes sociais a usar “as suas vozes para promover mudanças democráticas”.
No total, no Reino Unido, vão a votos mais de cinco mil candidatos, um número sem precedentes.