Jornal de Notícias

Heterogene­idade sob escrutínio

Eleições locais e regionais aferem atual pujança de “tories” e trabalhist­as. Na Escócia, fala-se de independên­cia

- Ana Sofia Rocha ana.s.ferreira@jn.pt

Hoje é dia de “Super Quinta-Feira”. Os britânicos vão às urnas para eleger líderes locais em Inglaterra e regionais no País de Gales e na Escócia, um ano depois da suspensão dos escrutínio­s devido à pandemia de covid-19.

Com o Reino Unido em pé de tempestade depois de ter sido concluído o longo e pesado acordo do Brexit, estas eleições poderão mudar o cenário político britânico e aquecer os ânimos entre conservado­res e trabalhist­as.

A nível local, o “Labour” luta para não perder território, como em 2019, quando perdeu para os conservado­res, do primeiro-ministro, Boris Johnson, eleitores no Norte e no Centro de Inglaterra. Uma nova derrota poderá levar Keir Starmer, líder do Partido Trabalhist­a, a repensar a sua liderança antes das próximas eleições gerais.

Já no escrutínio regional, as eleições para o Parlamento escocês serão determinan­tes para um eventual futuro independen­te da Escócia. De um lado do campo político, defende-se, no mínimo, um novo referendo sobre a independên­cia. Do outro, estão os defensores da aliança com Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales.

Prevê-se a vitória dos independen­tistas do Partido Nacional Escocês, que querem tirar a gestão do país das mãos de Johnson. Todavia, mesmo que alcancem a maioria absoluta, dificilmen­te conseguirã­o convencer o primeiro-ministro britânico a alinhar num novo referendo.

Já no País de Gales, onde o

Partido Conservado­r espera voltar a ganhar força, depois das perdas significat­ivas de 2016, as sondagens indicam que os trabalhist­as poderão chegar à maioria absoluta no “Senedd Cymru” (Parlamento galês). O atual primeiro-ministro, o trabalhist­a Mark Drakeford, que tanto criticou Londres, tem a seu favor a positiva gestão da pandemia.

Segundo o site norte-americano “Politico”, espera-se ainda que o partido nacionalis­ta Plaid Cymru consiga bons resultados e alcance um acordo com o Partido Trabalhist­a para comandar o Governo.

VOTAR AOS 16 ANOS

Nestas eleições, há uma novidade no País de Gales. À semelhança do que já acontecia na Escócia, o Governo estendeu o poder de voto a jovens com 16 e 17 anos e estrangeir­os que estejam legais no território.

Isto porque o Executivo fez questão de incentivar todas as classes sociais a usar “as suas vozes para promover mudanças democrátic­as”.

No total, no Reino Unido, vão a votos mais de cinco mil candidatos, um número sem precedente­s.

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Manifestaç­ão de apoiantes da independên­cia da Escócia, em Glasgow

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