Restauração aplaude entrega ao domicílio mas pede afinações
Adesão de 200 restaurantes de Matosinhos para 75 táxis causou dificuldades. Empresários pedem mais medidas
A Câmara de Matosinhos lançou, para os dois fins de semana de recolhimento obrigatório, um serviço gratuito de entregas de refeições ao domicílio recorrendo a táxis do concelho. Aderiram cerca de 200 estabelecimentos e 75 taxistas, numa iniciativa que os restaurantes aplaudem, mas que afirmam necessitar ainda de ser afinada.
“A iniciativa é ótima e tenta ajudar os restaurantes de Matosinhos que não têm condições para fazer entregas ao domicílio e os taxistas, que neste período de recolher obrigatório estariam praticamente parados. Mas o matosinhos.come necessita de ser afinado”, afirmou Rui Sousa Dias, do restaurante O Valentim.
Opinião idêntica tem Nuno Garcês, do Meia Nau, que relatou as dificuldades sentidas, anteontem, quando “a plataforma teve problemas” e não pôde requisitar os táxis que necessitava para entregar meia dúzia de encomendas.
“Desde o primeiro período de confinamento que organizamos um serviço próprio de entrega de refeições ao domicílio”
“O mês de novembro já vai a meio e ainda não faturei 10 mil euros, quando tenho 20 mil euros de salários para pagar mensalmente”
“Ontem [anteontem] foi o meu sócio a levar as refeições e hoje [ontem] já estamos de sobreaviso e tenho o meu carro pronto a arrancar. O projeto é de louvar, mas precisa de ser afinado, tanto mais que há apenas 75 táxis para 200 restaurantes”, considerou o empresário.
SUSPENSÃO DA TSU
As queixas da restauração têm subido de tom à medida que a pandemia tem obrigado o Governo a tomar medidas mais restritivas de circulação, mas a quebra de clientes também se deve ao receio de muitas pessoas.
“Mesmo no período de desconfinamento, notei que tínhamos menos clientes. As pessoas têm medo e já não saem tanto. Penso que a melhor medida para a restauração seria a isenção do pagamento da taxa social única”, referiu Rui Sousa Dias.
Já Nuno Garcês fala num prejuízo de 20 mil euros nos dois fins de semana de recolhimento e só espera ver a luz ao fundo do túnel em março do próximo ano.