Educadora condenada por maltratar bebés
PORTO Agredia, insultava e humilhava bebés, com idades entre os quatro meses e os três anos, por razões como demorar a comer, entornar o leite ou “fazer chichi na fralda”. O coletivo de juízes condenou uma educadora de infância a três anos de cadeia, pena que, no entanto, não cumprirá se se portar bem durante período igual. “Não vai presa, mas fica com essa espada sobre a sua cabeça”, avisou o tribunal, ontem, durante a leitura do acórdão.
Os juízes do Tribunal S. João Novo, no Porto, condenaram a educadora e diretora pedagógica da creche do Centro Social e Paroquial do Amial que estava acusada pelo Ministério Público de oito crimes de maus-tratos a bebés na instituição. A arguida, Susana Barroso, de 39 anos, foi denunciada por vários auxiliares de educação cujos depoimentos, “verdadeiros”, cimentaram a convicção dos juízes.
Os subalternos da arguida contaram ao tribunal que ela dava palmadas, ou com um chinelo, em bebés que sujavam a fralda ou a roupa. Eram impedidos de brincar com os outros, ficavam uma hora sentados de castigo e não podiam ouvir a leitura de histórias. “Não vele a pena porque eles são burros”, dizia às auxiliares. Também castigava os meninos que derramassem o leite com a “pena” de proibição de beber água ao almoço. Aos que demorassem a comer, enchia-lhes a boca de alimentos, e aos mais irrequietos na sesta tirava-lhes a chupeta e dava-lhes palmadas.
Para o tribunal tudo ficou provado, demonstrando a vontade da arguida em agredir e humilhar crianças “muito novinhas”, em lugar de lhes dar “amor e carinho”. A juíza-presidente aconselhou a arguida a “investir na sua personalidade”, numa altura em que se prepara para trabalhar com a terceira idade. “Se é complicado lidar com crianças, muito mais é cuidar de idosos”, disse a magistrada, relembrando que a pena suspensa pode ser revogada. A educadora vai ainda pagar a três dos meninos 750 euros.ÓSCAR