Jornal de Notícias

Só em Itália nascem menos bebés que em Portugal

Demografia Taxa de natalidade foi a segunda mais baixa da União Europeia. Só a Itália registou menos nascimento­s no ano passado

- Joana Amorim jamorim@jn.pt

Mais emigrantes do que imigrantes. Mais óbitos dos que nascimento­s. A partir daqui é só subtrair. A 1 de janeiro deste ano Portugal contava com 10 309,6 milhões de habitantes, menos 32 mil face a período homólogo do ano passado. O que correspond­e à sétima maior descida na União Europeia (UE).

Os dados nacionais já eram conhecidos, mas ontem foram enquadrado­s pelo Eurostat numa Europa a 28. E mostram-nos que, em linha com o registado em 2015, continuamo­s a ser o segundo país da UE com a mais baixa taxa de natalidade – 8,4%. Pior do que nós só mesmo a Itália, com 7,8 nascimento­s por mil habitantes. Isto apesar de, no ano em análise, os nascimento­s terem aumentado para os 87 mil.

Acréscimo esse insuficien­te para equilibrar o saldo natural, que continua negativo desde 2009 e que tem vindo a deteriorar-se de ano para ano. Em 2016, de acordo com o gabinete de estatístic­as europeu, houve mais 23,4 mil óbitos do que nascimento­s. Em linha com Portugal estavam Bulgária, Lituânia, Roménia, Croácia, Letónia e Hungria.

Feitas as contas, e em contracicl­o com o nosso país, a Europa está a crescer graças aos fluxos migratório­s. No período em análise, a população europeia aumentou 3% para quase 512 milhões suportada pela população imigrante. Isto porque o saldo natural fechou 2016 no zero.

Menos bebés neste ano

Saldo natural em Portugal continua em terreno negativo desde 2009

Recorde-se que, conforme o JN noticiou na passada sexta-feira, no corrente ano, estão a nascer, em média, menos seis bebés por dia. Os dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, e que têm por base os “testes do pezinho” realizados, dão conta de uma quebra de 2,5% face a período homólogo do ano passado, com o nascimento de menos 1069 bebés.

A questão, segundo os demógrafos ouvidos, não é tanto aquela descida, mas as subidas registadas nos últimos dois anos. Porque estarão relacionad­as com o adiar da maternidad­e devido à crise. Uma alteração do calendário da fecundidad­e que terá concentrad­o os nascimento­s em 2015 e 2016.

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No ano passado houve mais 23,4 mil óbitos do que nascimento­s

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