Benfica passa mais tempo fora, F. C. Porto fica em casa
Pré-época Benfica passa 12 dias fora de portas, F. C. Porto volta a estagiar em Portugal 18 anos depois e Sporting regressa à Suíça
O Benfica é quem mais dias passa fora de Portugal (12, no total), o F. C. Porto volta a fazer um estágio dentro de portas 18 anos depois, o Sporting é quem menos mexe no calendário de preparação, face à época passada. Eis algumas das tendências da pré-temporada dos três grandes.
Se as águias passam pela Suíça e pelo Algarve antes de seguirem para o estágio no St. George’s Park, casa das seleções inglesas que já acolheu as águias na última pré-época, os dragões têm encontro marcado com o México, para participar na Supercopa Tecate, mas, pela primeira vez em quase duas décadas, vão estagiar dentro de portas – mais precisamente no Algarve, entre 24 e 29 de julho –, opção elogiada por José Soares, antigo fisiologista da seleção.
“Ficar numa zona mais próxima, com viagens mais curtas, menos jogos e um clima semelhante é uma vantagem”, sublinha. A última versão de um F. C. Porto “caseiro” aconteceu no início da temporada 1999/2000, a segunda de Fernando Santos no comando técnico dos azuis e brancos, numa altura em que os portistas cumpriram estágio em Viseu.
Quem pouco muda face à época anterior é o Sporting, na medida em que, depois de uma primeira experiência a estagiar na África do Sul, Jorge Jesus optou por repetir a fórmula adotada na derradeira pré-temporada: a Suíça volta, por isso, a acolher o estágio de preparação dos leões, com duração de oito dias (arrancou ontem).
E que aspetos estão em causa nestes períodos? Vários: desde a revisão dos gestos técnicos ao reforço da motivação e do espírito de grupo, passando pela reposição dos níveis físicos – ainda que, nesse aspeto, admite José Soares, o paradigma tenha evoluído com o tempo.
“Começou por se achar que a pré-época era a fase em que se fazia o trabalho físico que garantia um bom desempenho durante toda a época. Depois, esse trabalho foi desvalorizado e passou-se a fazer de imediato trabalho específico. Agora, há um equilíbrio, em que se percebe que o trabalho físico feito na pré-época não serve de base para toda a temporada, mas em que o trabalho específico por si só começa a não responder”, explica o fisiologista, chamando ainda a atenção para o facto de a “necessidade de gerar receitas” levar, por vezes, a uma “sobrecarga de jogos” no decorrer da pré-temporada.
Fisiologista José Soares elogia estágios dentro de portas