Jornal de Notícias

Levada sem água e com peixes a morrer revolta moradores

- TATIANA BARROS

“Já foi uma levada com cerca de dois metros e hoje a água nem aos tornozelos chega. Muitas pessoas chegaram a morrer aqui afogadas, agora morrem os peixes com falta de oxigénio”. Quem o diz é Cândido Ribeiro, um dos moradores descontent­es com o facto de uma tábua partida estar a destruir o canal de irrigação junto ao moinho do Abade, em Ermesinde, Valongo. Os residentes dizem que a tábua partida faz com que a levada fique sem água, estando a danificar a estrutura de pedras e a matar os peixes.

“Faço pesca desportiva e tenho licença para pescar aqui. Mas pescar o quê? Os peixes estão a morrer. No final pedem-nos que preservemo­s os peixes, mas são os primeiros a fazer o contrário”, criticou Fernando Monteiro, que aproveita as águas do Leça para pescar.

Contactada pelo JN, a Câmara Municipal de Valongo assegura que a situação resulta da descida do caudal do rio Leça e que a situação é recorrente no tempo quente.

“Temos feito o possível para minimizar o impacto da falta de água, inclusive na colocação de tábuas na levada contudo, se este tempo persistir é impossível evitar a morte dos peixes, pois estes necessitam de um caudal mínimo de 0.5 metros para sobreviver”, referiu a assessoria de Imprensa da Autarquia.

A mesma fonte afirmou que os serviços de fiscalizaç­ão “passam frequentem­ente no local e que nos últimos dias não têm detetado peixes mortos”.

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Fernando Monteiro mostra tábua partida na levada em Ermesinde

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