Lula constituído arguido
Justiça Ex-presidente brasileiro vai a tribunal no âmbito da operação Lava Jato
O ex-presidente brasileiro Inácio Lula da Silva foi ontem constituído arguido por tentativa de obstrução à justiça no âmbito da operação Lava Jato, anunciou fonte judicial. A operação Lava Jato investiga o maior esquema de corrupção da história do Brasil e a decisão partiu do juiz Ricardo Leite.
A medida inclui outras seis pessoas, igualmente constituídas arguidas, designadamente o ex-senador Delcídio do Amaral, o exchefe de gabinete de Delcídio, Diogo Ferreira, o banqueiro André Esteves, o advogado Edson Ribeiro, o ganadeiro José Carlos Bumlai e o filho deste, Maurício Bumlai. São todos acusados de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.
Na decisão, o ex-presidente do Brasil torna-se arguido na Operação Lava Jato pela primeira vez.
O caso já tinha sido denunciado pelo procurador-geral da República (PGR), Rodrigo Janot, em dezembro, mas como entretanto Delcídio do Amaral deixou de ter foro privilegiado ao perder o cargo de senador, o caso foi enviado do Supremo Tribunal Federal, onde são investigados os políticos com foro privilegiado, para a Justiça Federal do Distrito Federal. Com a mudança de instância na justiça para Brasília, o Ministério Público foi acionado e teve de confirmar a denúncia prévia do PGR, algo que aconteceu a 21 de julho.
Segundo um comunicado do Ministério Público Federal de então, todos “são acusados de agirem irregularmente para atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato”.“Além de confirmar os elementos apresentados, o procurador da República Ivan Cláudio Marx faz acréscimos à peça inicial, com o objetivo de ampliar a descrição dos factos e as provas que envolvem os acusados”, lê-se no texto do MPF.
A defesa de Lula da Silva sublinhou que a inocência do ex-chefe de Estado do Brasil será reconhecida. “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não recebeu citação relativa a processo” mas, quando isso ocorrer, “apresentará a sua defesa e, no final, a sua inocência será certamente reconhecida”, lê-se num comunicado dos advogados do ex-presidente.
Ex-chefe de Estado acusado de tentar obstruir a justiça Orçamento revisto