Cristóvão no banco dos réus
Crime Ex-inspetor da PJ e dirigente do Sporting julgado por assalto a residências
antigo vice-presidente do Sporting e inspetor da PJ Paulo Pereira Cristóvão vai a julgamento responder pela participação indireta em assaltos e sequestros. Será um dos 18 arguidos de um processo complexo, que envolve também três ex-agentes da PSP, baseado num esquema duplo: uns recolhiam informações e decidiam quais as melhores vítimas e os outros, servindo-se dessas instruções muito precisas, atuavam, assaltando residências.
A decisão instrutória de levar os 18 arguidos a julgamento foi tomada pelo juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) Carlos Alexandre. “Verifica-se que foi agora proferido despacho de pronúncia de todos os arguidos imputando-lhes a prática dos crimes por que estavam indiciados e acusados”, diz o despacho da decisão instrutória a que a Lusa teve acesso.
Os crimes, sobretudo assaltos a vivendas, que incluíram simulações de autênticas operações policiais, comunicadas como buscas domiciliárias, algumas delas realizadas recorrendo às fardas oficiais, decorreram sobretudo nos distritos de Lisboa e Setúbal.
“O ‘modus operandi’ e a violência demonstrada pelo grupo, na execução dos factos descritos na acusação, criou um sentimento geral de insegurança entre a população residente nas zonas em que atuaram”, adianta o despacho do juiz Carlos Alexandre.
O perfil das vítimas estaria claramente definido: comerciantes e outras pessoas que pudessem ter em sua posse grandes quantidades de dinheiro e bens valiosos.
Paulo Pereira Cristóvão, que chegou a ser candidato à presidência do Sporting, foi detido em março por suspeita de associação criminosa, sequestro e roubo, no que foi o culminar de uma investigação que já tinha provocado a detenção de 12 pessoas. Em junho, a medida de coação de prisão preventiva foi alterada para permanência na residência mediante o uso de pulseira eletrónica.
Vítimas eram sobretudo comerciantes ricos Empréstimo de 4 milhões