Reinaldo Teles confirma empréstimos de 750 mil no BPN Crédito
PORTO Reinaldo Teles foi ouvido como testemunha, ontem, no julgamento em que Óscar Silva, expatrão do BPN Crédito, e mais três ex-administradores são acusados pelo Ministério Público (MP) de um desfalque que ultrapassa os 23 milhões de euros, dinheiro que terá servido, entre outras coisas, para financiar “negócios privados e clubes de futebol”, sem garantias válidas e “a troco de luvas”.
O administrador do FC Porto confirmou ter pedido três empréstimos por “dificuldades económicas”, em 1999/2000, mas assegurou ter “pago tudo”. Sobre os juros, Reinaldo Teles disse apenas que eram os correntes, explicando que o primeiro empréstimo foi em seu nome, mas nos outros dois socorreu-se do nome de amigos (“Afonso e Nicolau”) sendo ele “avalista”.
O dirigente portista contou também que escolheu o BPN porque Óscar Silva, com quem se cruzaria “diariamente”, estaria sempre a “oferecer-se”. E aconselhou o BPN Crédito a um amigo em “dificuldades”. A pessoa em questão, Belmiro, diria, a seguir, ao tribunal ter obtido um empréstimo junto de Óscar Silva que lhe serviu para pagar uma dívida “no casino”, embora os responsáveis do banco desconhecessem que era essa a finalidade.
Além de Óscar Silva, estão a ser julgados Mário Martins, Jorge Humberto Costa e Alfredo Miguel Vieira Machado. Nenhum destes quis prestar declarações. A advogada de Óscar Silva alegou a prescrição dos crimes.