Filme que conta a vida de Steve Jobs estreia hoje nas salas de cinema
Estreia Depois de “Jobs”, o cinema volta a abordar a vida do fundador da Apple
Falecido em 2011, aos 56 anos, Steve Jobs foi uma das personalidades mais influentes das últimas décadas. Com as novas tecnologias criou e desenvolveu, definiu muito do que nós fazemos, no nosso quotidiano lúdico e profissional. Um dos fundadores e cérebros criativos da Apple, esteve também por detrás da Pixar Animation, uma das companhias de cinema de animação mais importante dos últimos vinte anos, desde que apostou na produção inteiramente em computador, sem recurso a um único desenho, com o hoje histórico “Toy story”.
O desaparecimento prematuro de Steve Jobs originou naturalmente uma série de artigos, ensaios, estudos, programas de televisão e documentários cinematográficos, em busca de ângulos novos sobre o seu legado, mas também sobre o homem por detrás do génio. E é nesse contexto que o cinema de ficção surge também, com uma “rapidez” unicamente explicada pela natureza desde logo mítica da personagem.
Apenas um ano e três meses depois da morte de Steve Jobs, o festival de Sundance assistia à estreia de um pequeno filme independente, com assinatura de Joshua Michael Stern e Ashton Kutcher no protagonista. “Jobs” baseava-se num argumento original de Matt Whiteley e abordava o período em que a personagem, ainda jovem, aban- donava a universidade e se tornava, rapidamente, um génio criativo da Informática.
Muito aguardado, “Steve Jobs”, que agora estreia em Portugal depois de uma entrada pouco auspiciosa no mercado norte-americano, baseia-se por seu lado no best-seller de Walter Isaacson, vertido para guião cinematográfico por Aaron Sorkin, tem na cadeira de realizador o prestigiado realizador inglês Danny Boyle e apresenta como grande trunfo a presença do cada vez mais amado Michael Fassbender, que se cola à pele de Steve Jobs.
Isaacson é considerado o biógrafo oficial de Steve Jobs. Aaron Sorkin, além de criador da popular série de televisão “Os homens do presidente”, envolvera-se já numa aventura semelhante, ao assinar o argumento cinematográfico de “A rede social”, sobre o criador do facebook, Mark Zuckerberg. Por seu lado, Danny Boyle é já uma referência do cinema contemporâneo. Autor do lendário “Trainspotting”, de que está há muito a trabalhar na sequela, “Porno”, e de “A praia”, entre outros, venceu o Óscar de Melhor Filme com o popular “Quem quer ser bilionário”, sendo ainda, entre as suas outras atividades, responsável pela cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.
Quanto a Fassbender, a sua meteórica ascensão teve início sobretudo após o impressionante retrato de Bobby Sands, em “Fome”, de Steve McQueen, com quem voltaria a trabalhar em “Vergonha”. Um dos “Sacanas sem lei” de Tarantino, Michael Fassbender é hoje chamado a fazer parte de franchisings como “X-Men” ou “Alien”, sem nunca esquecer um outro tipo de cinema, que o leva a protagonizar filmes como “12 anos escravo”, o próximo Terrence Malick ou este “Steve Jobs”.
No filme de Danny Boyle, acompanhamos Steve Jobs em três momentos capitais das suas criações, culminando com o lançamento do iMac, em 1998. Mas é sobretudo o homem, que interessa a Danny Boyle, com todas as suas contradições, medos e sonhos, sacrifícios e vitórias. Que só a morte venceria.
Filme realizado por Danny Boyle baseia-se na biografia assinada por Walter Isaacson