Indústria de conservas reforça importações e diversifica oferta
A indústria das conservas em Portugal, para fazer frente à diminuição de sardinha no mercado nacional, avançou para a importação da matéria-prima de Marrocos, França e Espanha, mas acima de tudo, como afirma o presidente da Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe (ANICP), Sérgio Real, “aposta na diversificação de produtos, como a cavala, o atum, e mais recentemente, outras espécies, como o salmão, a truta e o bacalhau”.
Além da mudança de estratégia, Sérgio Real chama a atenção “para o alarmismo em torno das quotas da sardinha, que não é favorável nem para a indústria, nem para o país”. E explica: “Ao falar em rutura, falta de sardinha, muitos dos nossos clientes dos países do Norte da Europa, e já alguns portugueses, começam a questionar se ao comprar este peixe, fresco ou em lata, não estarão a contribuir para a destruição de um stock natural. É por isso que é muito importante dizer que a sardinha não se vai extinguir e o que se está a fazer é uma gestão para uma mais rápida regularização do stock natural”.
Quanto ao momento atual, Sérgio Real salienta que o que está em causa é também “o preço que a sardinha atingiu no mercado este ano, que variou muitas vezes entre os 2,5 euros e os 5 euros, quando em 2011 o quilo custava entre 50 a 60 cêntimos. Isto é irreal, os preços estão completamente inflacionados, logo, temos que optar pela importação”.
Ao importar, o preço do produto final sobe, “porque é preciso pagar o transporte, que é caro, porque é um transporte especial”.
Mesmo assim, as indústrias continuam a apostar na exportação, e embora no ano passado a sardinha em lata tenha registado uma quebra, foi compensada por outras espécies. Em 2013, “o melhor ano das exportações ascendeu a mais de 200 milhões de euros, especialmente para França, Inglaterra, Alemanha e EUA. Regista-se uma quebra em Angola e na Venezuela, mas procuramos alternativas”.