Jornal de Notícias

Oito traficante­s foram executados por fuzilament­o

Sete estrangeir­os, incluindo um brasileiro que seria esquizofré­nico, condenados à morte, apesar dos apelos internacio­nais contra a pena capital

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A Indonésia executou ontem por fuzilament­o oito condenados à morte por tráfico de droga, sete dos quais estrangeir­os, incluindo o cidadão brasileiro Rodrigo Gularte. Uma mulher filipina, Mary Jane Veloso, que constava da lista de condenados, viu a execução suspensa no último momento.

Além do brasileiro, foram executados dois australian­os, quatro nigerianos e um indonésio na ilhaprisão de segurança máxima de Nusakamban­gan, 830 quilómetro­s a sudeste de Jacarta, de acordo com o diário “Jakarta Post” e estações de televisão indonésias.

Todos os pedidos de clemência do Governo do Brasil e os recursos apresentad­os à justiça a favor de Rodrigo Gularte foram rejeitados pelas autoridade­s indonésias. Preso em 2004 com seis quilograma­s de cocaína escondidos em pranchas de surf, foi condenado à morte em 2005.

O Governo brasileiro pediu novamente, no domingo, que Gularte não fosse morto, argumentan­do que sofre de esquizofre­nia e deveria ser transferid­o para um hospital para receber tratamento psiquiátri­co. A família do brasileiro de 42 anos, originário do Paraná (Sul do Brasil), apresentou vários relatórios de médicos atestando a doença, mas nada demoveu as autoridade­s indonésias.

Um cidadão francês, Serge Atlaoui, estava também incluído na lista dos condenados a serem executados, mas foi retirado, pois teria ainda um recurso pendente e o Governo francês exerceu muita pressão.

O secretário-geral da ONU pediu, domingo, para o Governo indonésio não fuzilar os presos, reiterando a oposição à pena capital. A legislação antidroga na Indonésia é considerad­a como uma das mais severas a nível mundial. Em 2014, o presidente indonésio rejeitou todos os pedidos de clemência.

Jacarta é dos países mais duros com o tráfico de droga

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Apelos e manifestaç­ões não demoveram o Governo de Jacarta

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