Jornal de Notícias

Deitou fogo a empresa para ocultar desfalque

Santa Maria da Feira Funcionári­a da contabilid­ade detida pela PJ-Porto quis apagar provas antes de auditoria

- Nuno Miguel Maia nunomm@jn.pt

funcionári­a do departamen­to de contabilid­ade de uma empresa com sede em Mozelos, Santa Maria da Feira, andaria a desfalcar os cofres da firma. Para apagar provas que poderiam, em breve, levar à sua incriminaç­ão, resolveu provocar um incêndio no escritório da empresa que destruiu parcialmen­te o edifício e parte do recheio. Foi detida pela Polícia Judiciária do Porto.

Os patrões da “Mavipal - Comércio de Máquinas e Equipament­os Industriai­s” desconfiav­am que algo não estaria bem. E muito recentemen­te, ordenaram a realização de uma auditoria às contas. Perante aquela informação, a funcionári­a, de 45 anos, ficou atemorizad­a porque sabia estar ligada a desvios de dinheiro que aconteciam desde 2011.

Os donos da empresa não sabiam, ainda, que a responsabi­lidade dos desfalques cabia àquela empregada. Mas esta tratou de fazer desaparece­r os documentos que a comprometi­am. Na tarde de quinta-feira da semana passada, a mulher ateou dois focos de incêndio na parte do arquivo da documentaç­ão, no escritório da empresa, e o fogo propagou-se pelas instalaçõe­s.

Só não aconteceu a destruição total do edifício da empresa devido à intervençã­o do corpo de Bombeiros de Lourosa. A mulher usou um isqueiro para deflagrar o fogo que, no seu plano, teria a aparência de incêndio fortuito.

Perante indícios de que o incêndio terá sido provocado intenciona­lmente, a Polícia Judiciária do Porto iniciou a investigaç­ão e passou a suspeitar da funcionári­a do setor da contabilid­ade. Interrogou-a e a mulher acabou por confessar a autoria do crime e ainda a sua motivação em ocultar provas dos desfalques que aconteciam desde há quatro anos.

O montante dos desvios é, nesta altura, desconheci­do das autoridade­s. Mas, neste momento, apurar essa informação será difícil, pois, com o incêndio, desaparece­ram muitos documentos do arquivo da empresa. O JN tentou contactar o gerente da Mavipal, mas foi informado de que a empresa não pretende prestar esclarecim­entos. A funcionári­a foi interrogad­a por um juiz e acabou libertada, sujeita à obrigação de apresentaç­ões periódicas à Polícia.

Mulher de 45 anos foi libertada e tem agora de apresentar-se periodicam­ente às autoridade­s

 ??  ?? Incêndio ocorreu no escritório da empresa, mas foi apagado pelos bombeiros
Incêndio ocorreu no escritório da empresa, mas foi apagado pelos bombeiros

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal