Trabalho ao sábado para entregar cartas de condução
Pedidos e renovações de cartas de condução contarão, ainda, com melhorias no sistema informático Executivo apresenta até final do mês restantes medidas para acabar com caos no Instituto da Mobilidade
O Governo vai apresentar um plano para acabar com os milhares de atrasos nas cartas de condução, até ao final deste mês. Entre as medidas, está a obrigação de os funcionários trabalharem ao sábado.
Oassunto está ainda a ser estudado com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) e pretende pôr fim a uma situação que tem vindo a ser caótica há mais de um ano. Tanto a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), o Automóvel Clube de Portugal (ACP), como a Associação das Escolas de Condução (APEC) já vieram a público denunciar, várias vezes, a confusão que se instalou no IMT. Basicamente, e até ao momento, ver emitida ou renovada uma carta pode levar 12 meses.
As filas à porta do IMT, os telefones que não se atendem, a falta de recursos humanos e um sistema informático que não ajuda têm sido as queixas recorrentes.
Ainda ontem, Alcindo Cruz, da APEC, dizia, sem quaisquer reticências, que “a situação está pior”. Só para dar um exemplo, “o IMT antes tinha dois dias por semana para as escolas de condução, agora tem um”, denunciou. “Há instrutores de condução que para tratarem de um documento chegam a ir para a porta do IMT às duas da madrugada”, sublinhou.
Em breve, os funcionários do IMT terão de trabalhar ao sábado, mas ainda não se sabe se o farão o dia todo, ou se apenas a tempo parcial.
O sistema informático
O JN sabe, porém, que o Governo está a estudar ainda melhorias para o sistema informático do IMT. A notícia, declarou Carlos Barbosa, do ACP, “é excelente, porque grande parte do problema deve-se, precisamente, a um sistema informático que não consegue dar resposta eficaz”. Isto mesmo disse já ao JN, por diversas vezes.
Recorde-se que o ACP é o organismo que mais trata da emissão ou renovação das cartas de condução, logo a seguir ao IMT, mas depende daquela entidade para a fase final do processo, antes de o documento ser enviado para a Casa da Moeda. Ou seja, o ACP acaba por depender do sistema informático do IMT.
A ideia do Governo é acabar com os atrasos, mas, avisa Carlos Barbosa, “é bom que o sistema informático permita cruzar os dados com os que existem no Instituto dos Registos e Notariado (IRN), no que diz respeito aos nomes e às fotografias”. Sobretudo para as renovações.
E em matéria de renovações, segundo a Fectrans, os motoristas do internacional têm sido muito lesados, porque a guia passada pelo IMT não é válida no estrangeiro, pelo que estes se veem obrigados a tirar a carta internacional, que custa 30 euros.
O Governo tem agora até ao final do mês para apresentar as restantes medidas.
“O IMT agora só tem um dia por semana para as escolas de condução” Alcindo Cruz Pres. Esc. Condução “Grande parte do problema deve-se ao sistema informático, que não dá resposta” Carlos Barbosa Pres. do ACP