Jornal de Notícias

Kiev detém suspeitos de explosão em Kharkiv

Ucrânia assinalou um ano da queda do ex-presidente Ianukovich Separatist­as pró-russos dão por terminadas hostilidad­es no leste

- Sandra Alves sandra.r.alves@jn.pt

Duas pessoas morreram e 10 ficaram feridas na explosão de uma bomba durante uma marcha em Kharkiv, uma cidade do leste da Ucrânia a 200 quilómetro­s da zona de combates com os rebeldes pró-russos.

A Ucrânia realizou ontem marchas em várias cidades em memória das cem vítimas que, há um ano, morreram em combate no centro de Kiev durante a revolução que levou à queda do ex-presidente pró-russo Viktor Ianukovich.

Mas o dia de homenagens ficou manchado pela explosão de uma bomba em Kharkiv. “Glória aos heróis!”, gritavam algumas centenas de manifestan­tes pouco antes da bomba deflagrar e matar um polícia e um militante pró-europeu.

“Hoje era um domingo de homenagem, mas neste dia a escumalha terrorista revelou a sua natureza predadora”, escreveu o presidente Petro Poroshenko no Facebook. “Esta é uma tentativa descarada de expandir o terrorismo”, acrescento­u, referindo-se aos separatist­as pró-russos.

Segundo a agência Reteurs, as autoridade­s ucranianas detiveram quatro suspeitos armados e treinados na Rússia após a explosão.

Em Kiev, Poroshenko teve ao lado uma dezena de chefes de Estado e do Governo europeus para assinalar o primeiro aniversári­o da chegada ao poder das novas autoridade­s pró-ocidentais. E no centro da capital, os líderes da Polónia, Lituânia, Letónia, Geórgia, o presidente alemão, Joachim Gauck, e o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, viram o armamento de guerra apreendido aos separatist­as durante o conflito no leste do país.

Os rebeldes pró-russos deram ontem por terminadas as hostilidad­es, no âmbito do acordo de cessar-fogo. O número dois do chamado ministério da defesa da República Popular de Donetsk, Eduard Basurin, afirmou que as ações de combate tinham acabado em toda a frente, referindo que por parte das forças de Kiev “registaram-se provocaçõe­s onde se encontram grupos de voluntário­s”. O comando militar ucraniano acusou os rebeldes de violarem em 12 ocasiões o fim das hostilidad­es. O conflito no leste matou cerca de 5700 pessoas em 10 meses, de acordo com a ONU.

CONFLITO NO LESTE DA UCRÂNIA CAUSOU 5700 MORTOS EM DEZ MESES

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REUTERS Explosão foi considerad­a por Kiev um ato terrorista

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