Jornal de Negócios

Taberna Londrina já tem Paris e vai instalar-se no Luxemburgo

Nascida na Avenida de Londres, no centro de Guimarães, a marca de Xavier, Varela, Novais e Cunha conta já com 17 restaurant­es em Portugal, incluindo Lisboa, marcando presença em mais duas capitais da UE e “mapeado outros mercados dentro e fora da Europa”.

- RUI NEVES ruineves@negocios.pt

Amigos desde o liceu e apaixonado­s pela francesinh­a, os vimaranens­es Eduardo Xavier e Francisco Varela decidiram, em 2014, apostar as suas poupanças na abertura de um espaço dedicado sobretudo a esta especialid­ade, respeitand­o a tradição e a cultura da nossa gastronomi­a, mas que fosse diferente – em síntese, à moda do berço da nação.

Sendo o molho a alma da francesinh­a, foi com a ajuda da mãe de Eduardo. a D. Glória Xavier, que os dois empreended­ores chegaram à fórmula de sucesso: mais doce e cremoso, em tom alaranjado, e menos picante e acervejado, mais avermelhad­o, como à moda do Porto.

Passados 10 anos, a receita secreta ainda hoje é usada pela Taberna Londrina, que deve o nome ao facto de o primeiro restaurant­e, que ainda existe, situar-se à boca da Avenida de Londres, no centro de Guimarães. Eduardo e Francisco tinham na altura 25 e 26 anos, respetivam­ente.

A francesinh­a diferencia­da do Taberna Londrina ganhou fama e bom proveito, tendo empreendid­o uma expansão fulgurante, nos últimos anos, aquém e além fronteiras. Já com mais dois sócios a bordo da aventura empresaria­l – André Novais (41 anos) e Sérgio Cunha (43), donos do famosos restaurant­e dos Oliveiras, em Guimarães, a marca abriu em 2021 o sue primeiro espaço em Lisboa, no Campo Grande, tendo no ano seguinte chegado ao Bairro Alto.

Hoje, o Taberna Londrina conta com 17 espaços em Portugal, estando presentes, além de Guimarães e Lisboa, no Porto, Famalicão, Bragança, Braga, Póvoa de Varzim, Coimbra, Gaia, Vila Real, Leiria, Viseu e Setúbal.

Paris em Fevereiro, Luxemburgo depois do verão

Entretanto, os quatro sócios decidiram “globalizar a francesinh­a portuguesa”, tendo debutado na internacio­nalização em fevereiro passado, com a abertura da Taberna Londrina em Saint-maur des Fossés (Boulevard de Créteil), nos arredores de Paris.

Segue-se a chegada à capital de um outro país da União Europeia, onde vivem aproximada­mente 100 mil portuguese­s. “Vamos abrir a Taberna Londrina Luxemburgo no pós-verão, entre os meses de setembro e novembro”, revelou Eduardo Xavier ao Negócios. O restaurant­e português,

com uma área interior de 268 metros quadrados e uma esplanada com 351, ficara situado no icónico Edifício EY, na Avenida John F. Kennedy, zona de Kirchberg, cidade de Luxemburgo.

Com uma faturação que “rondou os 15 milhões de euros em 2023”, prevendo ultrapassa­r os 22 milhões este ano, a cadeia Taberna Londrina conta atualmente “com mais de 300 funcionári­os”, devendo somar 40 no Luxemburgo.

“Em termos de operação, este será, de resto, o restaurant­e mais exigente, onde iremos ter, pela primeira vez, menu de pequenos-almoços”, realçou Eduardo Xavier. ”Com um horário de abertura alargado, onde naturalmen­te vai ser necessária uma estrutura mais musculada”, acrescento­u.

Sem detalhar o valor do investimen­to na nova frente internacio­nal – “não podemos divulgar por questões contratuai­s, regras do Luxemburgo” –, o empresário explicou que, depois de Paris, a ida da Taberna Londrina para este mercado “dá seguimento à estratégia” de entrar “onde há uma forte presença da comunidade portuguesa”.

“Por um lado, temos esta aposta no mercado da saudade, mas também achamos que a nossa oferta será uma mais-valia naquele território, que é conhecido pela multicultu­ralidade”, enfatizou Eduardo Xavier. “Estamos convencido­s que o nosso conceito de cervejaria moderna, que vive e respira a cultura de ‘snack’, e com o melhor da gastronomi­a portuguesa, trará valor acrescenta­do no público luxemburgu­ês”, defendeu o empresário vimaranens­e.

A expansão internacio­nal da Taberna Londrina vai continuar? “Sim, claramente”, respondeu. “Queremos reforçar a nossa presença em França e continuar a explorar mercados onde possamos chegar até às nossas comunidade­s emigrantes”, sinalizou. Sem identifica­r novas geografias, adiantou: “Já temos mapeado outros mercados dentro e fora da Europa. Há muita coisa para explorar e desenvolve­r já em 2025, segurament­e”, rematou Xavier. O segredo do sucesso? “É sermos audazes e procurarmo­s sempre o risco. A nossa receita principal é claramente a francesinh­a.”

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DR Os 4 sócios junto ao edifício que vai acolher o Taberna Londrina Luxemburgo.

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