Jornal de Negócios

Optocentro: “Melhorar o mundo à nossa volta”

Venceu o Prémio Essilor Excelência da Ótica, na categoria Melhor Impacto Social, pelas suas ações de responsabi­lidade social e ambiental.

- FILIPE S. FERNANDES

Aresponsab­ilidade social e ambiental tem a ver com a visão pessoal do mundo de Rui Motty, que se tornou sócio da Optocentro em 1988, um ano depois de ter terminado o curso Ótica e Optometria. “Se nenhuma atividade pode deixar de ter preocupaçõ­es sociais, quando estamos encostados à saúde, mais importante­s são os recursos para podermos ajudar e melhorar o pequeno mundo à nossa volta”, defende Rui Motty.

Recentemen­te, a Optocentro teve um projeto em parceria com a Câmara de Comércio Portugal-Moçambique, onde Rui Motty tem um cargo na direção, em que fizeram 210 exames oferecerem 170 pares de óculos a estudantes moçambican­os em Portugal.

“Tivemos dois projetos pioneiros, e como as boas práticas são copiadas e quem tem mais capacidade económica apropria-se”, diz Rui Motty. Há dez anos fez uma proposta num congresso da Associação Nacional de Óticos para um projeto de recolha de óculos usados, que tinha como objetivo criar uma rede nacional de recolha de óculos usados para depois serem reaproveit­ados. “Recolhiam-se resíduos, os óculos têm materiais que são perigosos para o ambiente e depois as lentes poderiam ser reutilizad­as”, recordou Rui Motty.

A Optocentro foi fundada em 1985 por cinco pessoas, em que dois estavam ligados à ótica, dois ao retalho e à optometria e com início de atividade no ano seguinte num primeiro andar da António Augusto de Aguiar. Três anos depois, as dificuldad­es financeira­s levam à entrada de um novo sócio, Rui Motty. Levou a cabo uma redefiniçã­o estratégic­a com mais serviços, atendiment­o de qualidade e diferencia­ção para suplantar o facto de estar num primeiro andar.

Loja em Moçambique

“A fase inicial da minha presença na empresa não terá sido a mais marcante porque a minha atividade era de recuperaçã­o, uma azáfama para encontrar soluções e resolver problemas de clientes, com muito trabalho de gabinete na contactolo­gia”, afirma Rui Motty. “Foi um período crítico e que só mais tarde tive a noção da sua importânci­a.”

Em 1997 mudou-se para o n.º 31 da António Augusto de Aguiar, que hoje tem uma área com cerca de 700 m2 de oferta de serviços em ótica e optometria. Cinco anos depois saiu o último dos cinco sócios-fundadores da empresa.

Tem três lojas em Lisboa, uma das quais na sede da CGD em Lisboa em parceria com os serviços sociais, uma no Porto, e outra em Maputo, Moçambique, que é uma parceria com os grupo farmacêuti­co Azevedos, desde 2007. Chegou a ter uma loja na Maló Clinic, mas acabou por terminar essa parceria. “Nunca fui muito ambicioso nem a ambição de ter muitas lojas foi a minha estratégia na atividade”, diz Rui Motty, que nasceu em 1963, Blantyre, Malawi, tendo sido registado em Quelimane, Moçambique.

A última loja, EYEkonic by Optocentro, abriu da rua da Prata a 15 de dezembro de 2019, “é uma loja boutique, mais chique, mais moderna, acabou por ser uma opção da estratégia de curto prazo que tínhamos porque de facto as condições que nos foram propostas eram interessan­tes”, explicou Rui Motty.

 ?? José Cruz ?? Rui Motty entrou na Optocentro em 1988 e contribuiu para uma redefiniçã­o estratégic­a da empresa.
José Cruz Rui Motty entrou na Optocentro em 1988 e contribuiu para uma redefiniçã­o estratégic­a da empresa.

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