Jornal de Negócios

Novo impasse no Brexit ajudou a tombar bolsas e libra

O surgimento de novo grão de areia na engrenagem do Brexit acentuou as quedas que se registavam na Europa e provocou perdas em Wall Street. Libra caiu mais de 1%.

- DS/SA

As bolsas europeias já estavam a negociar em terreno negativo quando a primeira-ministra britânica, Theresa May, confirmou o adiamento da votação do acordo para o Brexit e anunciou que vai tentar obter, junto da União Europeia, melhores condições para a questão problemáti­ca da fronteira irlandesa.

No entanto, depois do discurso de May no parlamento britânico, as bolsas do Velho Continente acentuaram as perdas. Wall Street seguiu a tendência, com os principais índices bolsistas norte-americanos a inverterem para o vermelho depois de um início de sessão em alta. O índice de referência europeu Stoxx600 recuou perto de 2% para mínimos de Dezembro de 2016, enquanto os índices americanos Dow Jones e S&P500 chegaram a cair respectiva­mente para mínimos de Maio e Abril. No final do dia, as bolsas americanas inverteram para terreno positivo.

Também a libra sofreu com o adensar da incerteza em torno da saída britânica, passando a perder mais de 1% tanto contra o euro como face ao dólar, sendo que em relação à divisa americana caiu mesmo para o valor mais baixo desde Abril do ano passado.

Porém, o pessimismo registado nos mercados ficou sobretudo a dever-se a uma conjugação de factores percepcion­ados pelos investidor­es como propensos ao agravament­o dos riscos.

Na sexta-feira passada, foram divulgados dados desapontan­tes sobre a criação de novos postos de trabalho nos Estados Unidos e, já no fim-de-semana, surgiram indicadore­s sobre a redução das exportaçõe­s e importaçõe­s chinesas, o que agrava a perspectiv­a de abrandamen­to da economia global.

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