Cortiça vai chegar à fasquia dos mil milhões até final do ano
A associação do sector da cortiça avança com o Cork Empreende, que pretende dinamizar projectos assentes numa lógica de actuação em rede e premiar a criação de empresas inovadoras a partir de ideias de negócio.
Agora que a indústria portuguesa de cortiça se prepara para comemorar a passagem da barreira dos mil milhões de euros de exportações, a associação do sector (Apcor) avança com um projecto que pretende promover o espírito empreendedor, numa lógica de actuação em rede, apoiando a criação de empresas inovadoras na fileira.
Entre outras iniciativas, o Cork Empreende, que a Apcor vai apresentar esta quinta-feira, numa cerimónia que contará com a presença do secretário de Estado da Economia, João Neves, vai lançar um concurso de ideias que prevê a atribuição de prémios de 30 mil euros para as seis ideias de negócio mais inovadoras e diferenciadoras.
Os empreendedores vão ter a oportunidade de apresentar as suas ideias, que deverão ter como base factores como inovação, potencialidade de comercialização e produção em larga escala, a preço competitivo, sendo majoradas as que estejam directamente relacionadas com a fileira da cortiça.
“Isto pode ser mais disruptivo, do ponto de vista da criação de novos produtos que tenham cortiça, ou responder a problemas com soluções que a indústria hoje não tem e que possam ter aplicação prática – este é o meu sonho”, enfatizou, ao Negócios, João Rui Ferreira, presidente da Apcor.
No âmbito do concurso, a ideia é envolver toda a indústria da cortiça n a apresentação das melhores ideias, que serão acompanhadas de acções de “coaching ” e “mentoring”, com vista ao estabelecimento de eventuais parcerias entre empreendedores e empresários do sector. Através da realização de um “pitch” (pequena apresentação de três a cinco minutos), os autores das melhores ideias irão tentar atrair empresários, os quais, “caso identifiquem a oportunidade”, po- dem promover a troca de contactos e experiências.
O objectivo passa, portanto, por colocar ao serviço das empresas do sector da cortiça “o que de melhor o Cork Empreende tem para oferecer”, dando a possibilidade dos empresários “se tornarem partes envolvidas no projecto e, quem sabe, alimentar uma ideia”. Isto seja através de uma parceria, da troca de conhecimento e “know-how” ou através do investimento na ideia e na futura empresa, criada pelo empreendedor.
O Cork Empreendedor, a ser implementado ao longo do próximo ano e que está orçado em 295 mil euros, 85% dos quais financiados pelo programa de fundos comunitários Compete 2020, compreende a realização de outras actividades, como a elaboração de um estudo sobre o “Impacto das indústrias criativas e das TIC na fileira da cortiça: diagnóstico e visão prospectiva”, assim como a de um outro estudo sobre “Exemplos de boas práticas na promoção do espírito empresarial”.