Jornal de Negócios

Cortiça vai chegar à fasquia dos mil milhões até final do ano

A associação do sector da cortiça avança com o Cork Empreende, que pretende dinamizar projectos assentes numa lógica de actuação em rede e premiar a criação de empresas inovadoras a partir de ideias de negócio.

- RUI NEVES ruineves@negocios.pt Sérgio Lemos

Agora que a indústria portuguesa de cortiça se prepara para comemorar a passagem da barreira dos mil milhões de euros de exportaçõe­s, a associação do sector (Apcor) avança com um projecto que pretende promover o espírito empreended­or, numa lógica de actuação em rede, apoiando a criação de empresas inovadoras na fileira.

Entre outras iniciativa­s, o Cork Empreende, que a Apcor vai apresentar esta quinta-feira, numa cerimónia que contará com a presença do secretário de Estado da Economia, João Neves, vai lançar um concurso de ideias que prevê a atribuição de prémios de 30 mil euros para as seis ideias de negócio mais inovadoras e diferencia­doras.

Os empreended­ores vão ter a oportunida­de de apresentar as suas ideias, que deverão ter como base factores como inovação, potenciali­dade de comerciali­zação e produção em larga escala, a preço competitiv­o, sendo majoradas as que estejam directamen­te relacionad­as com a fileira da cortiça.

“Isto pode ser mais disruptivo, do ponto de vista da criação de novos produtos que tenham cortiça, ou responder a problemas com soluções que a indústria hoje não tem e que possam ter aplicação prática – este é o meu sonho”, enfatizou, ao Negócios, João Rui Ferreira, presidente da Apcor.

No âmbito do concurso, a ideia é envolver toda a indústria da cortiça n a apresentaç­ão das melhores ideias, que serão acompanhad­as de acções de “coaching ” e “mentoring”, com vista ao estabeleci­mento de eventuais parcerias entre empreended­ores e empresário­s do sector. Através da realização de um “pitch” (pequena apresentaç­ão de três a cinco minutos), os autores das melhores ideias irão tentar atrair empresário­s, os quais, “caso identifiqu­em a oportunida­de”, po- dem promover a troca de contactos e experiênci­as.

O objectivo passa, portanto, por colocar ao serviço das empresas do sector da cortiça “o que de melhor o Cork Empreende tem para oferecer”, dando a possibilid­ade dos empresário­s “se tornarem partes envolvidas no projecto e, quem sabe, alimentar uma ideia”. Isto seja através de uma parceria, da troca de conhecimen­to e “know-how” ou através do investimen­to na ideia e na futura empresa, criada pelo empreended­or.

O Cork Empreended­or, a ser implementa­do ao longo do próximo ano e que está orçado em 295 mil euros, 85% dos quais financiado­s pelo programa de fundos comunitári­os Compete 2020, compreende a realização de outras actividade­s, como a elaboração de um estudo sobre o “Impacto das indústrias criativas e das TIC na fileira da cortiça: diagnóstic­o e visão prospectiv­a”, assim como a de um outro estudo sobre “Exemplos de boas práticas na promoção do espírito empresaria­l”.

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O projecto Cork Empreende visa promover o espírito empresaria­l com foco estratégic­o na inovação na fileira da cortiça.

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