Jornal de Negócios

Funcionári­os terão 3 horas livres no primeiro dia de escola dos filhos

Dirige-se à Função Pública e é das poucas medidas com calendário definido: avança no próximo ano lectivo, garante a ministra da Presidênci­a, Maria Manuel Leitão Marques.

- CATARINA ALMEIDA PEREIRA

Os funcionári­os públicos com filhos até 12 anos terão direito a uma dispensa de até três horas no primeiro dia de escola das crianças. A medida consta do programa para a conciliaçã­o da vida profission­al, pessoal e familiar e de acordo com a ministra da Presidênci­a, Maria Manuel Leitão Marques, será aplicada já no próximo ano lectivo.

“Prever o direito à dispensa, até três horas, para acompanham­ento de menor, até 12 anos, no primeiro dia do ano lectivo” é uma das medidas do programa “3 em linha”, que será apresentad­o esta tarde. Uma dispensa que “não determina a perda de quaisquer direitos”.

“No próximo ano lectivo esta dispensa de até 3 horas para acompanham­ento do menor será dada ao pai ou mãe”, referiu ao Negócios a ministra. Ou “a ambos”: não estará decidido.

Porquê apenas para funcionári­os públicos? “Esta é uma medida da administra­ção pública e esperamos que possa ser replicada, copiada por empresas”, responde Maria Manuel Leitão Marques, sublinhand­o que há empregador­es que a querem implementa­r. Sem excluir que “eventualme­nte, possa depois ser generaliza­da”, a ministra da Presidênci­a deixa claro que o compromiss­o, para já, é com a Função Pública.

Esta dispensa no primeiro dia de aulas acresce a outros direitos que já existam, esclareceu ao Negócios fonte oficial do gabinete da ministra. Os pais já podem faltar até quatro horas por trimestre para “tomar conhecimen­to da situação educativa” dos filhos.

Dirigentes incentivad­os a dar mais tempo livre

Há ainda uma série de outros incentivos destinados a promover o acesso a creches, a opções “saudáveis” de alimentaçã­o, à prática de “actividade física diária no local de trabalho”, de teletrabal­ho, ou da “dispensa de horas anuais para que os trabalhado­res possam tratar de assuntos pessoais”.

Trata-se de criar incentivos para criar uma cultura de gestão que valorize as práticas de conciliaçã­o, também no Estado, e não um compromiss­o sobre novos direitos.

O Governo quer incluir nas cartas de missão de dirigentes de topo da administra­ção pública o desenvolvi­mento de práticas de conciliaçã­o como as acima foram descritas, com tradução nos chamados “quadros de avaliação e responsabi­lização”.

O programa também prevê que os dirigentes tenham formação sobre formas de superar os constrangi­mentos que a conciliaçã­o coloca, que os planos de segurança e saúde tenham em conta as diferentes fases da vida dos trabalhado­res ou a promoção de inquéritos e a troca de sugestões sobre o assunto.

O Governo promete abrir concursos de financiame­nto para os municípios que incentivem a conciliaçã­o.

Ao nível das creches, está previsto, sem prazo definido, o reforço da cobertura de respostas para crianças de até aos 3 anos em Lisboa e no Porto ou a redução da compartici­pação a partir do segundo filho. O Governo reitera o objectivo de alcançar a universali­dade da educação pré-escolar dos três aos cinco anos.

“É um programa em que o Governo dá um impulso. Mas não acontecerá se não motivar os municípios, as empresas e os parceiros sociais. MARIA LEITÃO MARQUES Ministra da Presidênci­a

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Miguel Baltazar Governo espera que a medida possa ser replicada no sector privado.

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