Jornal de Negócios

Criador da internet propõe contrato para a tornar melhor

Tim Berners-Lee foi a estrela na abertura do Web Summit 2018.

- SARA RIBEIRO

Há três anos, Paddy Cosgrave inaugurava a primeira edição do Web Summit em Lisboa. Hoje, depois de ter navegado por estes mares, não esconde que está completame­nte rendido à cidade, que vai ser a casa da cimeira por mais 10 anos. “Lisboa é uma cidade muito especial. Apaixonámo-nos.” Foi assim que Paddy Cosgrave, fundador e CEO do Web Summit, deu o tiro de partida da edição deste ano do “evento que reúne o maior número de empreended­ores do mundo”, como destacou.

“Que cidade, que país. Se é a vossa primeira vez em Portugal deixem-me dizer-vos que não será a última”, atirou o fundador da cimeira que este ano espera receber 70 mil participan­tes.

Estas declaraçõe­s não surpreende­m o primeiro-ministro, An- tónio Costa, nem o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina. Até porque, “Portugal gosta de ser um país aberto que recebe pessoas de todo o mundo. Está no nosso ADN há 600 anos”, referiu o primeiro-ministro. E deixou o recado: “Por estas razões, convidamo-vos a visitar, a trabalhar e a investir em Portugal.”

Já Fernando Medina foi mais longe e referiu que além de querer que Lisboa seja a capital da inovação e empreended­orismo, também quer que seja “a capital da tolerância, do diálogo e da não discrimina­ção”.

Para exemplific­arem o lado inovador e o espírito empreended­or de Portugal, António Costa relembrou o navegador português Fernão de Magalhães, que ajudou “a abrir Portugal ao mundo”.

Aliás, depois de na primeira edição o presidente da Câmara de Lisboa ter dado a Paddy Cosgrave a chave da cidade e no ano passado um astrolábio para a inovação, este ano Fernando Medina oferece um quadro que marca os 500 anos da viagem de circum-navegação comandada por Fernão de Magalhães. “Os oceanos representa­m a infinita curiosidad­e” que leva à “liberdade. E só com liberdade pode haver inovação”, sublinhou António Costa, durante o seu discurso feito em inglês para a maioria dos presentes entender. Mas, no final, fez questão de deixar uma mensagem aos portuguese­s na língua materna: “Às empresas portuguesa­s quero aqui desejar que, durante esta semana, encontrem parceiros, novos mercados e capital”, concluiu.

A permanênci­a do evento em Portugal por mais 10 anos foi referida por diversas vezes ao longo da cerimónia de abertura da terceira

edição do Web Summit em Lisboa. E a sessão de arranque do evento deste ano contou com alguns dos nomes mais esperados de toda a cimeira, como o de Tim Berners-Lee, um dos fundadores da internet, Lisa Jackson, vice-presidente da área ambiente da Apple, e António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.

“Há 10 anos, o Web Summit não existia. Mas hoje, olhem à volta, não há lugar que reúna mais empreended­ores.” “Tem sido um ano incrível. Tanto aconteceu e mudou”, disse Paddy Cosgrave. “A tecnologia está a mudar tudo, não só no mundo do trabalho como na sociedade e política”, reforçou, lançando o mote para os vários temas que vão ser debatidos nos diversos painéis as longo dos quatro dias do Web Summit, e antes de carregar no botão para iniciar a contagem decrescent­e para o arranque oficial do evento. Este ano, além dos tradiciona­is “confetti”, contou, ao vivo e a cores, com uma bateria de tambores que marcaram a contagem. Um momento aplaudido de pé por todos os presentes.

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José Sena Goulão/Lusa Paddy Cosgrave, CEO do Web Summit, na cerimónia de abertura da cimeira da tecnologia com Fernando Medina e António Costa.

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