Jornal de Negócios

Guerra aberta entre professore­s e Governo

Os sindicatos romperam as negociaçõe­s com o Governo que se mantém irredutíve­l: se não aceitam a proposta em cima da mesa, ficam sem nada. É esta a resposta do ministro da Educação. Vêm aí mais greves e manifestaç­ões.

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Oministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, confirmou que os professore­s não vão ter contabiliz­ado qualquer tempo de serviço congelado por terem falhado as negociaçõe­s com os sindicatos. A ausência de acordo “significa ficar tudo como estava”, disse o ministro, citado pela Lusa, no final de um dia de reuniões com os sindicatos de professore­s. O ministro confirmou assim o que já havia sido adiantado pelas estruturas sindicais: os professore­s não vão ver contabiliz­ados para efeitos de progressão na carreira os nove anos, quatro meses e dois dias que reclamam desde o início das negociaçõe­s e que o Governo retira de cima da mesa a proposta para contabiliz­ar cerca de dois anos e nove meses, colocando o ónus da decisão naquilo que considerou ser uma falta de flexibilid­ade por parte dos sindicatos para aproximar posições . resposta dos sindicatos não se fez tardar. Os professore­s ameaçam avançar com uma greve aos exames nacionais, às aulas e a tarefas burocrátic­as como o lançamento de notas. O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE), João Dias da Silva, disse que iria propor aos restantes sindicatos do sector a convocação de uma greve aos primeiros dias do próximo ano lectivo. “Não estaremos disponívei­s para começar o próximo ano lectivo se o governo mantiver esta intransigê­ncia”, disse Dias da Silva à saída da reunião negocial. Também o secretário-geral da Fenprof não poupou o ministro, consideran­do “uma chantagem” a forma como Tiago Brandão Rodrigues quis negociar. “Se os sindicatos não aceitarem apagar 70% do

Os professore­s ameaçam com uma greve aos exames nacionais.

tempo de serviço e aproveitar do tempo congelado apenas dois anos, nove meses e 18 dias então, a partir de agora, a proposta do Governo desaparece e apaga-se o tempo todo”. Para a Fenprof é “inaceitáve­l esta postura (do Ministério da Educação) do ‘ou querem assim ou não querem nada’”, acrescenta a Lusa.

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David Mar tins Perante a recusa dos sindicatos, o ministro da Educação deixou cair a sua proposta inicial.

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