PORTUGAL «NÃO FICA ATRÁS DO ESTRANGEIRO»
Com o aumento da popularidade e da dimensão da indústria (em espaços e em recursos humanos), chegaram, inevitavelmente, várias iniciativas ligadas aos bares – «Há cada vez mais pessoas interessadas», nota Alberto Pires. Mas chegou também o crescimento de outras ramificações da área, como a consultoria.
«A consultoria de bares é um trabalho em que desenhamos de tudo: da carta de bebidas à decoração», conta Kiko Pericoli, italiano a viver e a trabalhar em Portugal há quinze anos. É ele o fundador da Liquid Consulting, que atua neste ramo, como atuam também, por exemplo, a Black Pepper & Basil e a Às de Copos. «Temos de ser aplicados e criativos nesta área», adianta. Para Pericoli, que já viajou pelos quatro cantos do mundo, Portugal «está no bom caminho e não fica atrás do estrangeiro» no que toca à coquetelaria.
Quando questionado sobre as caraterísticas fundamentais de um bom bartender, é perentório e di-lo em inglês: «Hard work, spirit and soul.» Empenho, espírito e alma. Alberto Pires, por seu lado, indica outras três: «Foco no cliente é a mais importante, depois humildade e conhecimento.» Na opinião de Paulo Amado, a hospitalidade vem em primeiro, «um barman tem de saber receber e estar presente». Depois, «conhecimento é a segunda e a terceira é o espírito de curiosidade». A gastronomia e o bar, sublinha, «estão em constante transformação e não é possível outra atitude que não a da permanente investigação», remata: «Olhar em volta. Não basta misturar bebidas.»