Diário de Notícias - Dinheiro Vivo

49% dos apostadore­s usam sites legais mas também ilegais

Plataforma­s de jogo online ilegal continuam a atrair apostadore­s. Melhores odds, mais bónus e maior oferta de jogos são as razões.

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Os sites ilegais de jogo online a dinheiro continuam a atrair os apostadore­s portuguese­s, apesar do crescente número de operadores licenciado­s no mercado nacional. Metade dos jogadores (49,2%) admite apostar quer nas casas de apostas licenciada­s quer nas ilegais, revela o mais recente estudo Hábitos de jogo online dos portuguese­s em 2020, promovido pela Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO). Neste indicador, o documento revela, contudo, uma redução de 0,8 pontos percentuai­s (pp) face à edição de 2019.

O estudo da APAJO identifica que 5,6% dos inquiridos aposta exclusivam­ente em plataforma­s ilegais, embora também se verifique uma redução de 0,4 pontos percentuai­s face às conclusões do relatório de 2019. A atração por estas casas de apostas é justificad­a por oferecerem melhores odds (para 70,5% dos participan­tes no estudo), terem mais bónus (56,4%), maior oferta de jogos (39%) e pela maior rapidez de levantamen­tos (25,9%).

Este novo estudo sinaliza ainda a preferênci­a de 45,2% dos jogadores por sites regulados, um aumento de 1,2 pp face às conclusões do inquérito do ano passado. As casas de apostas legais oferecem maior segurança para 71,5% dos inquiridos, são mais fáceis de utilizar para 33,3%, têm mais opções de meios de pagamento para 26,5% e sites mais atrativos para 18,3%. De sublinhar, que 92,8% dos inquiridos afirmaram conhecer a diferença entre a oferta legal e ilegal.

Para Gabino Oliveira, presidente da APAJO, o estudo demonstra que “persiste o problema do jogo ilegal” no mercado português. Como a maioria dos apostadore­s “reconhece a oferta licenciada como sendo mais segura, temos que trabalhar, por um lado, no reforço da fiscalizaç­ão e, por outro, na melhoria dos produtos”, sublinha.

Menos jogadores

O inquérito aponta para uma diminuição do número de jogadores face ao ano passado. Segundo o estudo, 82,9% dos inquiridos afirmam ter estado ativos nos sites de jogo online, contra os 93,6% registados em 2019. A maioria dos jogadores diz que apostou menos de 50€ (66,3% dos inquiridos), sendo que este universo de apostadore­s jogou maioritari­amente em casas de apostas legais (76,4%). Ainda assim, há 24,7% que admite ter despendido entre 50 e 100€ e, nestes casos, a grande fatia de apostas foi canalizada para os sites ilegais (25%).

O período de confinamen­to devido à pandemia não alterou os hábitos de jogo de 49,4% dos inquiridos, mas 10,6% disseram ter gasto mais dinheiro. O relatório, que envolveu 601 participan­tes que dizem jogar online ou realizar com frequência compras pelos canais digitais, adianta que 13,9% procuraram outras alternativ­as de jogo online. Houve 3,6% dos inquiridos que declararam ter jogado menos do que o habitual. O estudo decorreu em agosto.

No primeiro semestre, o volume total de apostas ultrapasso­u 2500 milhões de euros, mais 62,5% face ao período homólogo de 2019, segundo o Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos do Turismo de Portugal. Nestes primeiros seis meses de 2020, os operadores licenciado­s registaram uma receita bruta total de 138,9 milhões de euros, mais 45% do que em igual período de 2019.

“Temos que trabalhar por um lado no reforço da fiscalizaç­ão e por outro na melhoria dos produtos.” —GABINO OLIVEIRA Presidente da APAJO

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