Sunak cai nas sondagens e perde mais deputados
Sondagem YouGov para o The Times coloca os Tories a 30 pontos de distância dos trabalhistas de Keir Starmer. Nadhim Zahawi é o mais recente tory a anunciar que não será candidato nas próximas eleições gerais, juntando-se a um grupo de 63 eleitos conservad
Primeiro-ministro britânico está cada vez mais longe de poder sonhar com uma reeleição.
OPartido Conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak está cada vez mais distante da possibilidade de sonhar com uma reeleição nas próximas eleições gerais do Reino Unido, que terão de se realizar até final de janeiro, ao ver ontem uma sondagem YouGov para o The Times colocar os Tories a 30 pontos de distância dos trabalhistas de Keir Starmer.
Este é o primeiro estudo de opinião feito desde as eleições locais da semana passada, nas quais os conservadores sofreram pesadas derrotas, e mostra o Labour com 48% das intenções de voto dos britânicos contra os 18% dos Tories, sendo estes os piores números alcançados pelo partido de Sunak desde que ele se tornou primeiro-ministro em outubro de 2022.
Desde o início de dezembro de 2021 que os trabalhistas têm surgido sempre à frente das sondagens, com uma média de 20 pontos de vantagem face aos conservadores, para as eleições gerais que Rishi Sunak já deu a entender que se deverão realizar no segundo semestre deste ano. Uma anterior sondagem da YouGov para o The Times, publicada a 2 de maio, dia das eleições locais, dava uma vantagem de 26 pontos ao Labour. De recordar que os Tories estão no poder desde 2010, tendo já tido cinco primeiros-ministros desde então: David Cameron, Theresa May, Boris Johnson, Liz Truss e Rishi Sunak.
Estes números cada vez mais negativos vêm acompanhados de outras más notícias para os conservadores. Esta quinta-feira, Nadhim Zahawi tornou-se no mais recente deputado tory a anunciar que não será candidato nas próximas eleições gerais, juntando-se assim a um grupo de 63 eleitos conservadores que já tinham tomado a mesma decisão nos últimos meses, incluindo a ex-primeira-ministra Theresa May.
Zahawi, que foi afastado da presidência dos conservadores no ano passado por Sunak, recusou-se ontem a comentar a liderança do primeiro-ministro, garantindo que este “e o Partido Conservador continuarão a ter o meu apoio inabalável durante e depois das próximas eleições gerais”.
Os conservadores já tinham também sofrido na quarta-feira a sua segunda deserção para o Partido Trabalhista, em poucas semanas, com Natalie Elphicke a cruzar a Câmara dos Comuns momentos antes do interrogatório semanal de Sunak pelos deputados.
Elphicke é deputada por Dover, na costa sul de Inglaterra, uma zona fortemente afetada pelas travessias de barcos de migrantes que Sunak prometeu impedir, e citou preocupações com “a habitação e a segurança das nossas fronteiras” como motivadoras da mudança. Comentando ontem esta deserção, o ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-primeiro-ministro David Cameron afirmou que a decisão de Keir Starmer aceitar Elphicke, conhecida por opiniões mais à direita, mostram que o Partido Trabalhista não tem crenças fundamentais. “Na vida, se não defendemos alguma coisa, pendemos para qualquer coisa”, disse.
Dan Poulter, médico de profissão, já tinha anunciado em abril ter desertado para os trabalhistas, dizendo que só eles eram de confiança para reformar o Serviço Nacional de Saúde.