Preço do petróleo trava Europa
Há 50 anos o preço do petróleo já era debatido. O aumento do preço do petróleo – Inevitável a travagem do crescimento na Europa Ocidental, titulava o DN. “Economistas da ONU avisaram hoje que nas estruturas monetárias e comerciais do Mundo Ocidental tal tornar-se-ia cada vez mais inevitável, a menos que se consiga uma cooperação internacional na questão do aumento do preço do petróleo”, podia ler-se.
No canto superior esquerdo do jornal uma pequena notícia dava conta: Afinal Mercúrio não tem Lua.
Abaixo, uma fotografia de Marcello Caetano com o mayor de Londres, que estava de visita a Portugal. O Mayor londrino em Lisboa – Meia hora em S. Bento num encontro muito cordial, titulava o jornal. “Sir Hugh Wontner inscreveu-se no livro de cumprimentos ao chefe de Estado”, noticiava o DN, dando ainda conta da visita do mayor londrino ao Batalhão de Sapadores Bombeiros.
No Médio Oriente continuavam os problemas. No Golã: Os sírios prenderam dois oficiais da ONU e levaram-nos descalços para Damasco.
Em risco estaria a CEE [Comunidade Económica Europeia, antecessora da atual União Europeia]. A CEE em perigo: a França opõe-se à atitude do Governo britânico de renegociar a sua integração no mercado. Em subtítulo, dava-se conta de que “os outros países apoiam a atitude da França”.
O antigo primeiro-ministro britânico Winston Churchill, que ficou conhecido pelo seu papel durante a II Guerra Mundial, tinha falecido em janeiro de 1965, ou seja, há nove anos, mas a sua viúva continuava viva e de boa saúde. A Viúva de Churchill celebrou ontem o 89.º aniversário, era outra das notícias em destaque na primeira página do DN de há 50 anos.
Boa parte da primeira página era ainda ocupada a desfazer as tradicionais mentiras da véspera, dia 1 de abril. Tradição que se mantém: nas mentiras de 1 de Abril, Nixon e Kissinger foram os alvos principais. Na véspera, o jornal norte-americano Los Angeles Post, apostado nesta brincadeira, havia noticiado que Richard Nixon se tinha demitido da presidência americana. Na televisão francesa, o alvo foi o secretário de estado norte-americano, casado de fresco. Os franceses anunciavam um “desentendimento total” entre o casal.