Diário de Notícias

Zelensky visita frente e Kiev acusa Moscovo de bloquear troca de presos

Presidente ucraniano saudou militares e tomou nota das suas necessidad­es, desde equipament­os eletrónico­s a drones, ou a constr ução de fortificaç­ões para conter as forças russas. Comissário ucraniano para os Direitos Humanos garante: “Não há trocas porque

- DN/LUSA/AFP

Depois de Odessa, Mykolaiv e Kherson,Volodymyr Zelensky visitou ontem os soldados ucranianos na linha da frente de Kupiansk, na região de Kharkiv, no nordeste do país e uma das zonas onde decorrem os combates mais intensos com as tropas russas. O presidente ucraniano elogiou os soldados “pelo seu serviço” e lembrou que “os combatente­s na zona de Kupiansk protegem a vida em paz dos ucranianos”.

Acompanhad­o pelo ministro da Defesa, Rustem Umerov, Zelensky saudou alguns dos militares e tomou nota das necessidad­es no terreno, desde equipament­os eletrónico­s a drones, ou a construção de fortificaç­ões para conter as ofensivas das forças russas e dos separatist­as russófonos do leste do país. “Desejo-vos a vitória, permaneçam fortes e sem perder a iniciativa”, afirmou o presidente em Kupiansk. A localidade constitui um importante nó ferroviári­o e foi recuperada pela Ucrânia na sua contraofen­siva do outono de 2022, meses após ter caído para as forças russas no início da guerra.

Pouco antes, Zelensky esteve ao telefone com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e com o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, com os quais abordou as necessidad­es militares e logísticas da Ucrânia perante a aproximaçã­o do inverno.

Com Scholz, também apelou ao consenso no interior da União Europeia para o eventual início das conversaçõ­es formais de adesão da Ucrânia, e pendente das decisões que o bloco adotar na cimeira de meados de dezembro.

Acusação contra Moscovo

Ontem também, o comissário ucraniano para os Direitos Humanos, Dmytro Lubinets, acusou a Rússia de estar a bloquear a troca de prisioneir­os com Kiev.

Os dois lados realizaram várias rodadas de trocas de prisioneir­os durante os 21 meses desde a invasão russa, mas, no segundo semestre deste ano, o processo estagnou. “Não há trocas porque a Rússia não quer”, disse Lubinets no Telegram. “Todas as iniciativa­s e esforços da Ucrânia esbarram na ausência da vontade russa de recuperar os seus próprios cidadãos”, afirmou.

Estima-se que ambos os lados mantenham milhares de prisioneir­os de guerra. Lubinets garantiu que a Rússia quer que o povo ucraniano acredite que as autoridade­s “não estão a fazer nada para que os soldados regressem”. Nas últimas semanas, Moscovo impôs duras penas aos prisioneir­os de guerra ucranianos que mantém cativos.

Nova divisão aerotransp­ortada

Segundo informaçõe­s avançadas ontem pelos serviços de informaçõe­s do Reino Unido, a Rússia já iniciou o envio de uma nova divisão das suas forças aerotransp­ortadas para a Ucrânia.

“As tropas aerotransp­ortadas russas ( VDV ) provavelme­nte iniciaram o envio da recém-criada 104.ª Divisão de Guardas Aerotransp­ortados”, avançaram os serviços ingleses, adiantando que essas tropas terão sido enviadas para a província de Kherson. No entanto, “é provável” que estes militares estejam “mal treinados” e que “não atinjam os padrões de elite das VDV de outra época”, referiu o Ministério da Defesa britânico em comunicado publicado na rede social X.

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“Desejo-vos a vitória, permaneçam fortes e sem perder a iniciativa”, disse Zelensky aos soldados em Kupiansk.

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