Diário de Notícias

Direção Executiva do SNS quer mais vacinas e cuidados primários nas farmácias

Aproveitan­do a “máquina instalada”, o SNS quer vacinas do tétano e difteria nas farmácias e ainda “intervençã­o em situações clínicas ligeiras”.

- TEXTO ISABEL LARANJO

Maior rapidez e facilidade no acesso a cuidados de saúde básicos e também o alívio de centros de saúde e até Urgências hospitalar­es. Estes são os principais objetivos da Direção-Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), liderada por Fernando Araújo, que pretende aproveitar a “máquina instalada” nas farmácias, com a vacinação contra a gripe e covid-19, para o alargament­o a outras vacinas do Programa Nacional de Vacinação (PNV ), como o tétano e a difteria. “Há capacidade, há disponibil­idade e acho que é uma via importante para aumentar essa adesão neste tipo de vacinas”, disse Fernando Araújo, durante a conferênci­a As Farmácias na Jornada da Saúde das Pessoas, organizada pela Associação Nacional de Farmácias (ANF).

O diretor-executivo do SNS citou dados dos Serviços Partilhado­s do Ministério da Saúde (SPMS) e afirmou que no ano passado terão sido vacinados cerca de meio milhão de utentes com as vacinas do tétano e difteria. Fernando Araújo adiantou que o SNS vai trabalhar, em coordenaçã­o com a Direção-Geral de Saúde (DGS), do ponto de vista técnico e das normas para a ministraçã­o de mais vacinas nas farmácias, e com o Infarmed, bem como com a Ordem dos Farmacêuti­cos e com as farmácias para analisar a forma de levar a cabo as novas vacinações.

Ainda assim, Fernando Araújo garantiu: “Todos temos as condições de, também no âmbito do PNV, no caso dos adultos, aumentar os locais de vacinação.”

Apesar desta ideia de utilizar, cada vez mais, as farmácias para a vacinação contra várias doenças, o diretor-executivo do SNS relembra que “os cuidados de saúde primários continuam a ser sempre um local aberto para esse fim”, referindo-se aos centros de saúde. Só que, para Fernando Araújo “não se podem perder oportunida­des” no caso da vacinação. Com o alargament­o desta possibilid­ade a cerca de 3000 farmácias cria-se uma “capacidade única de chegar a quem, por vezes, não se consegue chegar”.

Além do alargament­o da vacinação contra mais doenças, em farmácias, a DGS tem estudada a possibilid­ade de “intervençã­o terapêutic­a em situações clínicas ligeiras”. Para tal, a DE-SNS está a trabalhar com a Comissão Nacional de Proteção de Dados para que as farmácias possam ter acesso, já no início de 2024, a “partes do registo de saúde eletrónico” dos utentes com vista a apoiá-los, nestes casos. Fernando Araújo revelou que, para este efeito, tem o objetivo de desenhar um projeto-piloto numa área geográfica delimitada a uma patologia como, por exemplo, as infeções de trato urinário baixo não-complicada­s, em mulheres. “Queremos reduzir a pressão dos médicos de família e a procura desnecessá­ria na Urgência”, conclui.

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Mais vacinas e tratamento­s ligeiros devem chegar às farmácias.

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