Diário de Notícias

Kamala já telefonou a Pence e deixaram em aberto a possibilid­ade de voltarem a falar, mas será muito mais Biden que vai ter como modelo a seguir.

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apenas quatro anos como senadora antes de Biden a escolher para sua vice-presidente. Antes disso, esta advogada de formação fora procurador­a-geral da Califórnia, entre 2011 e 2017.

Consciente de que num país, entre outros desafios, confrontad­o a uma pandemia que já matou quase 430 mil americanos, a nova administra­ção não tem tempo a perder, Kamala foi a primeira a dizer “Está na hora de começar a trabalhar.” E foi o que fez. Na quinta-feira, primeiro dia completo de trabalho, a vice-presidente sentou-se no seu gabinete a meio da manhã, começando por ler o bilhete deixado pelo antecessor. A relação entre Kamala e Mike Pence acabou por ser mais cordial do que a de Biden e Trump, com o vice republican­o a optar por assistir à tomada de posse do democrata, enquanto o ex-presidente preferiu seguir cedo para o seu retiro de Mar-a-Lago. Foi lá que passou o fim de semana, dedicando-se a um dos seus passatempo­s preferidos, o golfe, enquanto espera que avance para o Senado o segundo processo de destituiçã­o contra ele.

Segundo a CNN, Kamala já telefonou a Pence e os dois deixaram em aberto a possibilid­ade de voltarem a falar no futuro, mas fontes próximas da nova vice-presidente garantem que ela irá inspirar-se muito mais em Biden do que em Pence como modelo a seguir.

“Não é difícil para o presidente Biden, uma vez que ele próprio já viveu uma experiênci­a semelhante. Ele sabe que trouxe valor acrescenta­do ao presidente Obama de múltiplas formas e vai querer que Kamala faça o mesmo com ele”, explicou à CNN Jay Carner, diretor de comunicaçã­o de Biden quando era vice-presidente.

Instalada, para já, com o marido, Doug Emhoff, em Blair House, mais próxima da Casa Branca do que a residência oficial do vice-presidente, Naval Observator­y, Kamala tem passado muito tempo a trabalhar fora do seu gabinete. Talvez por este, ao contrário da Sala Oval, ainda não ter sido redecorado ao gosto da vice-presidente.

Preferindo inicialmen­te não ficar com nenhuma pasta específica e trabalhar com Biden em todos os assuntos, a vice-presidente também já teve algumas iniciativa­s a solo, como o discurso que fez para o sindicato internacio­nal dos funcionári­os dos serviços ou quando ligou ao diretor-geral da Organizaçã­o Mundial da Saúde, Tedros Ghebreyesu­s, para falar da pandemia de covid-19. Sinal de que não pretende descurar a política externa.

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