OPERAÇÃO “WARP SPEED”
A administração de Joe Biden ainda não tomou posse e já enfrenta sérios desafios operacionais para pôr as vacinas nos braços dos norte-americanos
deral diz que é crime “solicitar, comandar, induzir ou ‘tentar persuadir’ outra pessoa a cometer um crime que inclui a ameaça ou o uso de força física”, dizem em artigo conjunto assinado no Politico.
Mais grave ainda, é que o seu discurso inflamatório pode ser considerado um crime de conspiração sediciosa. “O código penal federal torna crime que ‘duas ou mais pessoas se oponham pela força à autoridade [dos EUA] ou pela força para impedir, dificultar ou atrasar a execução de qualquer lei dos Estados Unidos’. Esse crime, incluindo o uso da força, foi claramente cometido pela multidão após ter sido encorajada pelo presidente”, afirmam. Por fim, lembram que da investigação às causas da morte do agente da polícia do Capitólio Brian Sicknick poderia resultar em acusar Trump por incitar a um homicídio. Tal “seria uma hipótese remora, quase impossível”, reconhecem. “Mas o simples facto de estarmos a discutir esta possibilidade remota é uma triste constatação sobre o estado desta presidência”, concluem.
Adias de tomar posse, a administração de Joe Biden pediu ao responsável científico pela operação de distribuição de vacinas nos Estados Unidos, Moncef Slaoui, para se demitir. O conselheiro-chefe da Operation Warp Speed, montada pela administração de Donald Trump, entregou a carta de demissão e disse que se manteria apenas durante os primeiros 30 dias do novo governo, para ajudar na transição.
Não ficou claro se a demissão se deveu ao passo expectável de afastamento de nomeados políticos ou esteve relacionada com aquilo que já é considerado um falhanço da fase inicial da operação. Com 330 milhões de habitantes, o objetivo era que 80% da população esteja vacinada até junho. Mas os governos estaduais receberam menos doses que o previsto e o ritmo de vacinação começou tão lento que uma análise da NBC calculou em dez anos o tempo necessário para esse objetivo, se nada fosse melhorado.
Até ao final de dezembro, apenas dois milhões de norte-americanos tinham recebido a vacina, uma fração das 11,5 milhões de doses que foram entregues.
“Isto vai ser difícil”, disse Brian Deese, próximo diretor do Conselho Económico Nacional da administração Biden, durante uma sessão do evento de tecnologia CES 2021, que decorreu esta semana.
“Vamos precisar de trabalhar com o congresso para financiar o esforço de distribuição”, afirmou, frisando “desafios operacionais de monta para levar a vacina aos braços das pessoas.”
Pouco antes do Natal, o líder militar da operação Warp Speed, o general Gustave Perna, tinha assumido responsabilidade total pelos problemas que se assomaram no processo de distribuição desde que a vacina da Pfizer/BioNTech foi aprovada para administração nos Estados Unidos.
O país é o mais afetado pela pandemia de covid-19, com 23 milhões de infetados e mais de 384 mil mortos, e a resposta dos estados à emergência de saúde pública variou de forma decisiva desde o início da crise.
Na semana passada, um grupo
O presidente eleito dos EUA, Joe Biden, foi vacinado a 21 de dezembro.
de oito governadores pressionou o secretário de Saúde e Serviços Humanos cessante, Alex Azar, e o líder da Operação Warp Speed Gustave Perna a distribuírem as doses que até aqui não foram libertadas. A administração Trump restringiu o acesso a metade da produção e re