Encomendas de cadernos de atividades aumentam face a 2017
Nos anos abrangidos pelo sistema gratuito ou reutilização, as famílias estão a aproveitar para investir noutros recursos educativos.
A Porto Editora, líder de mercado nos recursos educativos, tem registado um aumento das encomendas de cadernos de atividades face ao ano passado. Em particular nos anos que estão “abrangidos pelo sistema de gratuitidade ou reutilização”. Um sinal de que, num ano em que a oferta universal dos livros nas escolas públicas passou a abranger o 2.º ciclo (5.º e 6.º anos), os pais podem estar a aplicar parte da poupança no investimento noutros recursos pedagógicos.
“Há dois pontos interessantes”, diz ao DN Paulo Gonçalves, diretor de comunicação do grupo editorial. “Um, é a expectativa de que se vai registar uma maior procura em livros escolares novos; outro, é que já se regista um aumento na encomenda dos cadernos de atividades, nomeadamente nos anos de escolaridade abrangidos pelo sistema de gratuitidade e reutilização.”
No caso destes últimos, defende, a maior procura “resultará do facto de não estarem abrangidos por aquela medida e de terem preços muito acessíveis”. Já no que toca à compra de livros novos, a Porto Editora acredita que poderá ter que ver com “as limitações que são impostas” pelo sistema de reutilização, nomeadamente a obrigatoriedade de devolver os livros em bom estado no final do ano letivo.
Num relatório divulgado recentemente pela Cetelem – que tem créditos para material escolar e que trabalha com algumas lojas online de livros –, analisadas as tendências de despesas das famílias no regresso às aulas, foi avançado que apenas 20% das famílias tinham manifestado a intenção de obter os livros escolares através do portal MEGA, criado pelo Ministério da Educação. O certo é que, segundo divulgou o Ministério nesta semana, já foram emitidos “mais de um milhão” de vouchers para os livros. PCP critica reutilização De acordo com as regras definidas pela tutela, vigorando um sistema de reutilização, a cedência dos livros gratuitos começa pelos livros usados e só inclui novos quando estes não estão disponíveis em número suficiente. Um sistema que tem sido criticado por levar a que parte dos alunos sejam beneficiados em relação a outros colegas.
Nesta semana, o PCP juntou-se aos críticos do sistema: “A obrigatoriedade imposta aos pais e encarregados de educação, sob compromisso de honra, de devolução dos manuais em bom estado ao estabelecimento de ensino sob pena do seu pagamento integral é um procedimento inaceitável”, disse Jorge Pires, da comissão política deste partido, confirmando que “são conhecidos exemplos de muitas famílias que estão a comprar os manuais para não se sujeitarem às imposições do Ministério da Educação”.