Diário de Notícias

BE penaliza empresas com grandes fossos salariais

Mariana Mortágua explicou que no projeto do BE as empresas com grandes disparidad­es podem perder contratos do Estado

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O Bloco de Esquerda (BE) vai apresentar nos próximos dias uma proposta na Assembleia da República para penalizar as empresas com grandes desigualda­des salariais no acesso a subsídios do Estado ou a concursos de contrataçã­o pública.

O anúncio foi feito ontem pela deputada bloquista Mariana Mortágua, em Lisboa, que marcou presença na manifestaç­ão da CGTP que juntou nesta tarde milhares de pessoas, num desfile do Campo Pequeno para o Marquês de Pombal, para exigir melhores salários, o fim da precarieda­de e o aumento do salário mínimo nacional para 650 euros a partir de janeiro, entre outras reivindica­ções.

O Bloco quer limitar a distância salarial entre a base e o topo das empresas, ou seja, entre os trabalhado­res e os seus gestores e administra­dores. “A proposta do BE é que todos as empresas que ultrapasse­m esse leque de distância deixem de ter acesso a benefícios fiscais, a outros benefícios do Estado ou até a contrataçã­o pública. O Estado passa a privilegia­r empresas que têm a igualdade salarial como um critério na sua política de remuneraçõ­es”, disse Mariana Mortágua.

A deputada acrescento­u que a proposta “responde diretament­e a um problema que tem vindo a crescer em Portugal” e para o qual também já o Presidente da República alertou. Para as empresas em que “a proporção entre o salário mais alto e o mais baixo é muito elevada”, haverá penalizaçõ­es, em “valor a definir por portaria do governo”, explicou a deputada do BE.

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