Professores e alunos devem ser amigos nas redes sociais?
Há casos em que pode fazer sentido a conexão, mas professores, psicólogos e pais não veem benefícios nesse contacto virtual
JOANA CAPUCHO “Os estudantes são muito dependentes do telemóvel. Por isso, as redes sociais podem ser úteis como instrumento de trabalho. Nunca tive nenhum problema.” Filipe Carvalho, professor de Educação Física, de 40 anos, usa o WhatsApp para comunicar com os alunos da sua direção de turma, bem como com a equipa do Desporto Escolar. “Tenho quase todos os alunos no Facebook. Começámos por comunicar num grupo fechado, mas eles agora aderem mais ao WhatsApp”, conta ao DN.
Na rede criada por Mark Zuckerberg, o professor, a dar aulas no ensino secundário em Elvas, não publica nada que lhe “possa trazer desvantagens caso os alunos vejam”. Pelo contrário, faz “publicações relacionadas com o desporto, precisamente para que vejam e se motivem”. Já na aplicação de troca de mensagens, alerta para coisas importantes como datas de exames, alterações de salas ou reuniões com os pais. “A informação circula mais facilmente”, explica.
Esta é uma questão que foi recentemente abordada por Alexandre Henriques, professor, pai e autor do blogue Com Regras. “Quando publiquei o artigo sobre o tema [‘Devem os professores ter alunos no seu Facebook?’], percebi que a maioria dos professores não abre a porta da sua ‘casa’. Tem de haver um certo resguardo. Mas há quem contacte os alunos por WhatsApp, por exemplo.” No seu caso, adianta, só estabelece amizade com ex-alunos. Vê como principais perigos o contacto pós-laboral, ques-