Montepio quer financiar empresas e captar clientes jovens
Agora liderado por Carlos Tavares, Montepio vai desenvolver área de banca de investimentos e focar-se nos clientes mais jovens com a aposta na inovação
ELISABETE TAVARES Ainda não conhece os cantos à casa mas a nova liderança da Caixa Económica Montepio Geral, com Carlos Tavares no leme, tem algumas certezas sobre a estratégia a seguir. Financiar empresas de média dimensão é uma delas. Por isso, o banco da Associação Mutualista Montepio vai desenvolver a área de banca de investimentos. O objetivo é capitalizar empresas médias, nomeadamente exportadoras. A outra linha de ação passa pela captação de clientes mais jovens, na franja entre os 18 e os 40 anos. O facto da CEMG ser um banco médio é visto como um fator que o torna mais ágil e com maior capacidade para apostar em produtos para clientes mais jovens, mais abertos à inovação, mas que preferem, ainda assim, ser clientes de um banco do que de uma empresa fora do setor financeiro convencional. A me- nor dimensão do banco face aos maiores do mercado é en- carado como podendo ajudar o banco a “saltar” uma etapa na corrida da inovação financeira que está a ocorrer, em que cada vez mais a digitalização está presente.
Na carta de missão da CEMG, divulgada ontem, é destacado o facto de que os balcões do banco “são o canal privilegiado de distribuição” dos produtos do grupo, “com especial destaque” para os da associação. Remunerar “adequadamente” os seus acionistas com carácter estável e sustentado” é outra das missões do banco agora liderado por Carlos Tavares, que inicia funções amanhã. O ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) vai exercer os cargos de chairman e CEO transitoriamente, durante seis meses. A Associação Mutualista e os novos acionistas do banco – que ainda não estão oficializados – terão de escolher um nome para ocupar o cargo de presidente executivo (CEO). Carlos Tavares ficará como chairman com funções reforçadas.
A autorização do Banco de Portugal aos novos órgãos sociais da CEMG foi conhecida na sexta-feira. A luz verde do supervisor foi o culminar de um processo que teve alguns percalços depois de surgirem questões em torno dos nomes propostos pela Associação Mutualista para a liderança do seu banco.
Nuno Mota Pinto foi apontado para CEO mas fica como administrador executivo após surgirem informações de que tinha um crédito em incumprimento no Novo Banco. Francisco Fonseca da Silva seria chairman mas o facto de ter créditos antigos com a CEMG acabou por afastá-lo. José Félix Morgado, que tem liderado o banco desde 2015, sai antes do final do seu mandato, que só terminava no final deste ano.
António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio, disse, em entrevista ao Dinheiro Vivo/TSF, que a administração liderada por Félix Morgado “não tem mostrado grande empenho” pelo setor da economia social.
O banco tem sofrido profundas mudanças, incluindo novos estatutos, e está prestes a ter novos acionistas. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e outras instituições de cariz social comprarão até 2% do capital por cerca de 45 milhões de euros. Carlos Tavares é o novo
chairman e CEO da Caixa Económica
Montepio Geral