O efeito Rui Rio saiu à rua e entra na corrida à câmara
Campanha de Álvaro Almeida teve momento alto com a participação do anterior autarca. No PSD haverá “outro tempo” após as eleições
DAVID MANDIM que o candidato socialdemocrata “sai beneficiado” com o caso Selminho e “com muitas outras coisas”. De resto, sobre o mandato de Rui Moreira, o anterior presidente da câmara rejeita fazer qualquer avaliação. Diz que desde o dia em que saiu da autarquia – 22 de outubro de 2013 – nunca ninguém o ouviu a fazer em público qualquer apreciação. “É uma regra ética e até estética que impus a mim próprio. Isso não quer dizer que não apoie o candidato do meu partido”, justificou Rui Rio.
Em 2013 tinha uma visão diferente do então candidato pelo seu partido, Luís Filipe Menezes, tendo alinhado com Rui Moreira. “Há quatro anos eu não me identificava com aquilo que era o programa que o partido tinha para câmara. Fiz aquilo que acho que uma pessoa deve fazer na vida: ser sincero, autêntico e não apoiar aquilo em que não acreditava. Em 2017 é completamente diferente. Apoio aquele em que acredito.”
Na Rua das Flores, onde a reabilitação urbana foi iniciada por Rio, Álvaro Almeida confirma que aceita seguir o rumo do antigo autarca. Diz que quando Rui Moreira o acusa de estar amparado no passado e em Rui Rio até lhe faz um elogio. “É uma herança muito positiva, a continuação de uma gestão da câmara capaz de ter boas contas e ao mesmo tempo fazer a cidade evoluir para aquele que foi o melhor destino europeu de 2012. Estaremos no bom caminho. Os princípios são os mesmos”, disse, confiante de que pode alcançar um bom resultado. Rio concorda e diz que o partido está unido, no Porto e no país, pelo que o sucesso é possível. “Estas coisas são dinâmicas. Se olharmos para o início do ano e começamos a ver a evolução, é notório que tem sido no sentido de reforçar as alternativa à câmara.” A voz nacional de Rui Moreira Depois de ouvir Manuel Pizarro dizer que a candidatura do PS é a única com uma visão metropolitana, Rui Moreira aproveitou ontem a conversa final sobre sustentabilidade da cidade, na sua sede de campanha, para dizer que o Porto agora tem “o peso político suficiente” para criar “um argumentário metropolitano e se calhar regional”, depois de “não se ter ajoelhado” em questões como a dos fundos comunitários, a TAP, o aeroporto ou o metro. O “Porto passou a ter uma voz política em termos nacional que há muito não tinha”, afirmou o independente que se recandidata, que defende o turismo e a inovação como naturais e essenciais: “O sucesso gere-se, o insucesso não se gere.”