A partir de hoje já pode ir do Algarve a Lisboa sem ficar apeado
Fazer grandes distâncias era um risco porque os carros elétricos ainda não têm grande autonomia. Hoje isso muda
Se o destino ao volante de um carro elétrico for para norte, ainda não é hoje que o seu problema de bateria ficará solucionado. Mas se a sua viagem for entre Lisboa e o Algarve, pode fazer-se à estrada sem medo de ficar apeado. É hoje inaugurado o primeiro corredor de carregamento rápido para carros elétricos em Portugal, com quatro postos a entrar já em funcionamento.
Um dos problemas nas viagens em carros elétricos é a sua (ainda) fraca autonomia. Em média, a maioria dos modelos consegue fazer 145 km antes de precisar de um novo carregamento de bateria. E encontrar uma ficha em plena autoestrada não é tão simples como encontrar um posto de abastecimento de combustível. O primeiro modelo do Nissan Leaf, por exemplo, o rei das vendas dos carros elétricos em Portugal, faz essa distância sem precisar de ser recarregado mas fica ainda muito longe dos 280 km necessários para ir da capital até ao litoral algarvio. Há exceções, claro, como o Model S da Tesla, o grande recordista em termos de autonomia. A versão mais modesta (bateria de 60 kWh) da fabricante de automóveis de Elon Musk consegue percorrer 370 km sem precisar de reabastecer, enquanto o modelo seguinte, com 80 kWh, já faz uns impressionantes 480 km.
O corredor elétrico que hoje será inaugurado pelo ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, pertence à rede MOBI.E, e a data servirá também para apresentar o plano do governo para a mobilidade elétrica. Em fevereiro passado, o executivo de António Costa garantiu que iria concluir a Rede MOBI.E com 174 pontos de carregamento, resultado de um investimento de 1,9 milhões de euros. Estava previsto o início da instalação dos pontos de carregamento para setembro, para que os automóveis elétricos pudessem fazer viagens de uma ponta a outra do território português, já que estes carregadores rápidos permitem carregar a bateria do veículo em 30 minutos.
Com esta aposta, o Ministério do Ambiente espera também contribuir para a redução de emissões de gases com efeito estufa e para a melhoria da qualidade ambiental a sul do Tejo. ANA KOTOWICZ