Diário de Notícias

“VAI SER PRECISO QUE O PRÓXIMO PRESIDENTE SEJA CAPAZ DE DIALOGAR”

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beça de várias pessoas. E, portanto, presumo que na cabeça de uma pessoa como Rui Rio, que penso conhecer bem, uma vez que privámos de perto dia a dia – quando eu era líder ele foi secretário- geral durante mais de um ano –, é evidente que isto tudo deve estar misturado. Sobretudo, no caso dele porque tem, em teoria, uma outra hipótese, um outro cenário. Se quiser ou quisesse, teria o da liderança partidária. Portanto, não é aquela questão de dizer “tenho de escolher entre o que faço hoje, e achar que estou a dar um contributo social ou comunitári­o que é o adequado, ou tentar fazer outra coisa, sendo candidato”. No caso de Rui Rio, penso que a opção é mais complicada, porque é “eu fico fora da política e vou fazer outras coisas que estou a fazer agora e tal, ao menos durante um tem- pótese partidária e estar mais aberta a hipótese presidenci­al. Mas, mesmo vendo analiticam­ente, mesmo conhecendo bem a pessoa, admito que é difícil fazer essa ponderação ou perceber o que é que em cada momento está a ponderar. O próprio disse que o ponto que pesava agora muito no que faltava de decisão era a parte logística e financeira. É uma opção. Isto é muito o feitio das pessoas. Por exemplo, no meu caso, nunca, se tivesse de tomar uma decisão dessas – ainda não imaginei, verei em outubro –, nunca seria um fator determinan­te a componente logístico- financeira. Não seria. Mas ele é economista e eu sou jurista [ risos]. Provavelme­nte ele faz as suas contas de uma maneira diferente de como faço as minhas contas. Para fechar o capítulo presidenci­ais. Quando olha para as sondagens e vê que o seu nome é apontado sistematic­amente pela esmagadora maioria das pessoas como sendo o preferido, não sente uma responsabi­lidade acrescida? Acho que as sondagens presidenci­ais verdadeira­mente pesadas serão aquelas que se seguirem às legislativ­as. Porque não está provado que uma alteração do quadro por força do resultado das legislativ­as não tenha efeito nas presidenci­ais. Acha mesmo que Passos Coelho se está nas tintas para as eleições?

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