Diário de Notícias

O miúdo que pensava ter descoberto um erro no Museu da Ciência

Aos 15 anos, Joseph Rosenfeld achava ter descoberto um erro numa equação no museu de Boston. Expôs a dúvida e todos acreditara­m que estava certo. Mais tarde, soube- se que, embora não estivesse errado, não existia qualquer problema

- JOANA CA P UCHO

Tem 15 anos, adora matemática e ciências e sonha vir a estudar no Massachuse­tts Institute of Technology. Joseph Rosenfeld está a dar que falar, depois de ter detetado um erro numa equação de matemática no Museu da Ciência de Boston ( na foto): mais de 30 anos após a exposição permanente ter sido criada, um miúdo do 10. º ano descobria uma incorreção que até então tinha passado despercebi­da aos olhos de todos. Alertado para a falha, o museu admitiu o erro e disse que ia tentar corrigi- lo. Só que embora Joseph tivesse razão, quem fez a exposição não tinha cometido qualquer erro. Afinal, a equação em causa pode ser representa­da de duas formas diferentes.

Enquanto passeava pelo museu com as tias, Joseph Rosenfeld descobriu que na proporção áurea ( golden ratio, em inglês) havia sinais de subtração onde deveriam existir sinais de adição. “No início, não tinha a certeza. Pensei que podia estar errado, mas estava animado”, disse ao site Boston. com. Afinal, a exposição já tinha sido criada em 1981, pela equipa de design Charles e Ray Eames. Mas convencido de que tinha encontrado um erro, Joseph deixou uma mensagem na receção, alertando os responsáve­is para o mesmo.

Alguns dias depois, o Museu da Ciência de Boston enviou- lhe uma carta, na qual admitia o erro e dizia que iria alterar os sinais –

Joseph Rosenfeld disse ao Boston. com que ficou animado com a descoberta

para + nos três lugares em que apareciam, se conseguiss­e fazê- lo sem danificar o original. Só que isso não vai acontecer. Contactado pelo DN, o museu adian- tou que “a carta existe, mas não está correta”. Quando verificara­m melhor a equação, os responsáve­is perceberam que as duas formas estão corretas.

Numa mensagem tornada pú-blica na terça- feira, o Museu da Ciência congratulo­u- se com o entusiasmo do estudante do segundo ano da Handley High School sobre matemática e, concretame­nte, com a exposição de matemática da instituiçã­o. Não é de todo surpreende­nte para o museu que Joseph tenha achado que se tratava de um erro, uma vez que a forma como está representa­da a golden ratio “é a menos comum – mas não menos precisa – forma de a representa­r”. Para os responsáve­is pelo espaço, é muito importante que Joseph tenha conseguido que o país inteiro discutisse matemática e que, ao longo deste processo, todos tenham aprendido alguma coisa. Segundo o Boston. com, a família Rosenfeld mora na Virgínia e visita Boston com regularida­de. Depois deste episódio, prepara- se para voltar ao Museu da Ciência, uma vez que Joseph foi convidado para visitar a exposição A Ciência por trás da Pixar.

A equação que chamou a atenção de Joseph – a proporção ou razão áurea – é muito usada na arte e tem um estatuto quase mágico. Está presente na natureza, no corpo humano e no universo. É sinónimo de movimento, beleza, perfeição.

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