Diário de Notícias

PGR pede à ministra da Justiça mais 20 magistrado­s

Joana Marques Vidal vai solicitar ao governo a abertura de um curso de formação no Centro de Estudos Judiciário­s

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A procurador­a- geral da República, Joana Marques Vidal, vai pedir à ministra da Justiça a abertura de 20 vagas no Centro de Estudos Judiciário­s ( CEJ) para o Ministério Público ( MP). “O Conselho Superior do Ministério Público deliberou, por unanimidad­e, requerer à ministra da Justiça a urgente necessidad­e de determinar a realização de um novo curso de formação específico, propondo que seja fixado em 20 o número de vagas para ma- gistrados do Ministério Público”, segundo a ata do último plenário do CSMP.

Já em abril, a titular da investigaç­ão criminal tinha referido a falta de funcionári­os judiciais e magistrado­s nos tribunais portuguese­s. E mostrou- se especialme­nte atenta ao que se passa nos tribunais de família e menores: “É uma área que nos preocupa muito, a carência de funcionári­os pode ter consequênc­ias complexas.”

Tal como o DN já tinha noticiado, o número de juízes e procurador­es do Ministério Público que está a ser colocado nos tribunais portuguese­s está a diminuir. No último curso do CEJ, iniciado em 2014 e que acaba em 2016, abriu apenas 40 vagas, metade das do último curso ( 80) e um quarto do anterior, que registou 120 vagas. Desde os anos 1990 e até 2005 que a média de vagas rondava os 150 lugares para licenciado­s em Direito, que depois se distribuía­m entre a magistratu­ra judicial e o MP.

Atualmente, segundo dados conhecidos no último Congresso do Ministério Público, em março deste ano, faltam cem magistrado­s do Ministério Público nos tribunais portuguese­s. A explicação para esta descida de vagas, segundo fonte do CEJ explicou ao DN, estará na restrição orçamental na área da Justiça. Rui Cardoso, ex- presidente do sindicato do MP, referiu que a nova organizaçã­o judiciária, em vigor desde 1 de setembro do ano passado, “evidenciou a carência” de procurador­es. “Sem eles, os tr i bunais não andam, a Justiça para”, disse o ex- dirigente sindical no congresso de Vilamoura.

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