Diário de Notícias

Um retrato de três décadas de Portugal na UE é o resultado de um estudo coordenado por Augusto Mateus para a Fundação Francisco Manuel dos Santos

- E DUARDA F ROMMHOLD

A evolução da economia e sociedade portuguesa­s ao longo de 28 anos de integração na União Europeia é inegável. Ainda que nem tudo sejam rosas. Indicadore­s há em que o país regrediu nos últimos anos, na sequência da crise económica e financeira, encontrand­o- se agora pior do que em 1986. Um exemplo disso é o desemprego. Até 2006, a taxa de desemprego manteve- se abaixo do padrão europeu. Mas, a partir de 1998, foi o segundo Estado membro com o maior agravament­o desse indicador.

Esse e outros aspetos são alvo de um estudo coordenado pelo ex- ministro da Economia Augusto Mateus, ontem apresentad­o em Lisboa. Intitulado “Três décadas de Portugal europeu: balanço e perspetiva­s”, este trabalho, realizado para a Fundação Francisco Manuel dos Santos, analisa ao longo de cerca de 450 páginas meia centena de aspetos da economia e da vida dos portuguese­s desde a adesão do país à União Europeia até 2013. O primeiro grupo cobre 25 “olhares”, que acompanham transforma­ções de índole mais económica, como o nível de vida e a convergênc­ia real, investimen­to, atividades económicas, carga fiscal, ou despesa pública. Já o segundo grupo acompanha as transforma­ções de índole também social, como emprego e desemprego, população, nível de educação, ou saúde.

A governação é um dos temas apresentad­os. Diz o estudo que o modelo de governação em Portugal surge, no quadro europeu, com um forte nível de centraliza­ção do setor público, sendo a administra­ção local responsáve­l por 13% da despesa pública total, o sexto valor mais baixo da UE e 60% abaixo da média europeia. Ao nível das despesas de investimen­to, porém, “a relevância da administra­ção local sobe para 50%, o décimo registo mais elevado a nível europeu”.

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