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Um ano no futebol português

- LÍDIA PARALTA GOMES Jornalista do semanário ‘Expresso’

Oano da graça de 2017 será sempre o ano em que o futebol passou a jogar-se em mail, programas de televisão e quejandos, em vez dessa coisa antiquada que é a relva e as quatro linhas. Será o ano em que dados privados passaram a ser públicos e o ano em que toda a gente parece ter ficado impune: quer os que invadiram dados alheios, quer os que surgindo nesses dados a praticar o que parece ser ilícito, também não foram chateados. Será o ano em que agentes que não desportivo­s falaram e falaram e falaram nos media, atacaram meio mundo, foram atacados e não falaram de futebol, mas sim daquilo que mais fastidioso o rodeia.

Foi o ano em que se criticou com a mesma veemência, com a mesma ferocidade a falta do VAR e o VAR itself. Foi o ano em que se falou mais de iguarias gastronómi­cas, como o polvo, do que de um remate certeiro, de passe perfeito, de um golo bonito. Foi o ano em que ouvimos falar mais de diretores de comunicaçã­o de clubes do que dos seus artistas. Foi o ano em que eles tomaram conta das redes sociais e o ano em que toda a gente os seguiu, sem critério que fosse a não ser a cor clubística. Não foi o melhor ano para o futebol português, ou pelo menos para o futebol que se joga em Portugal. Ou bem, pelo menos para quem gosta de futebol, na medida em que dentro de campo até acontecera­m coisas boas. Há equipas médias a jogar bom futebol, há mais equilíbrio entre os três grandes e até entre os três grandes e os outros e a competitiv­idade também está a subir. Os jogadores e os treinadore­s estão a fazer o seu trabalho. Faltam os outros.

Entretanto, o FC Porto vai jogar com o Moreirense para os quartos de final da Taça de Portugal a 11 de janeiro (20h30). Já o Sporting, que poderá encontrar os dragões nas meias-finais entra no campo do Cova da Piedade um dia antes (dia 10 - 20h30).

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