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«Passo a vida a morrer no cinema»

Com o novo ‘Piratas das Caraíbas: Homens Mortos Não Contam Histórias’, que estreia hoje nas salas de cinema, Javier Bardem assume-se como a nova estrela da saga de Jack Sparrow e Cia. Fomos entrevista­r o ator espanhol.

- JOHN-MIGUEL SACRAMENTO, em Hollywood

Javier Bardem gosta de lembrar a relação que tinha com armas de fogo durante a rodagem de Este País Não É Para Velhos, dos irmãos Cohen. Usava-as durante o dia, no trabalho, para matar pessoas. Quando a labuta estava feita, livrava-se dos revólveres e das caçadeiras de canos cortados como se aquilo estivesse a queimar-lhe as mãos. Andava assustado, com medo de se magoar e magoar os outros. A equipa ria-se, percebendo no ator espanhol a dificuldad­e de enfrentar certas possibilid­ades. Javier Bardem é assim. Tem medo de filmes de terror e de fantasmas. Sente que há coisas terríveis nos outros universos além da morte e não está, para já, disposto a enfrentá-las. Que bom aparecer esta semana no novo Piratas das Caraíbas: Homens Mortos Não Contam Histórias, quinto filme da saga, sob a bandeira pirata da caveira e dos ossos cruzados, dando gravidade a uma história de espadachin­s com a chancela fabulosa da Disney.

Gostei imenso das suas escolhas dramáticas e da riqueza cultural... o andar, os trejeitos, as coisas que dão de carácter naquele capitão de armada chamado Armando Salazar, que vemos na história. Qual é, fora do ecrã, a sua relação com o mar?

Nasci nas Ilhas Canárias, em Espanha. Mas, quando fiz um ano, a minha família mudou-se para Madrid. Não, não sou uma pessoa que esteja familiariz­ada com o mar. Mas, nem eu sei bem porquê, nunca enjoo. Graças a deus. Vi bem o que acontece. Em Bali, na Indonésia, quando estávamos a fazer aquela cena final, houve pessoas da equipa que ficaram de rastos dado o constante baloiçar dos barcos. Felizmente para toda a gente, as minhas cenas foram sobretudo filmadas em estúdio, o que não deixa de ser impression­ante tendo em atenção aquilo que se vê depois no ecrã. Esta equipa da Disney, com produção do Jerry Bruckheime­r, sabe mesmo o que está a fazer. Muito impression­ante. A qualidade dos efeitos especiais é absolutame­nte espantosa. Creio que as únicas cenas de exterior que fiz foram aquelas da chegada à praia. Filmámos na Austrália, numa praia que não se imagina, de areia finíssima, branca. Uma espécie de paraíso de luz. Loucura total.

Esta pergunta foi-me pedida especialme­nte pelo papagaio aqui no ombro: qual é, desde esta experiênci­a, a sua nova marca de rum preferida?

Não tenho uma marca preferida de rum. Talvez devido às minha origens espanholas, sou mais pessoa de vinho tinto. Que não bebo, aliás. Talvez um copo. Ou só mesmo um bocadinho, para provar. Geralmente não bebo mas, naturalmen­te, gosto muito de um vinho tinto de qualidade. Mas, rum? Não. Há séculos que não bebo rum. Nesse senti-

«Não sou uma pessoa familiariz­ada com o mar. Mas, nem eu sei bem porquê, nunca enjoo. Graças a deus»

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