Regulador recebe mais reclamações
Pouco mais de 32 mil utentes queixaram-se dos serviços, sobretudo ferroviário e rodoviário, no 2º semestre de 2016, o que dá uma média diária de 175 queixas.
Na segunda metade do ano passado, a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) recebeu 10.289 queixas de utentes: 9.750 inscritas nos Livros de Reclamações e 539 enviadas diretamente ao regulador. Este número duplica as 4.576 reclamações registadas no 1º semestre de 2016.
Um aumento considerável que o supervisor explica, num relatório a que o Destak teve acesso, não com uma maior insatisfação de quem usa os transportes, mas antes com «o facto de ter sido enviado à AMT um maior número de reclamações, que antes se encontravam dispersas por outras entidades». Mas o retrato da contestação ao serviço prestado não se fica por aqui.
A AMT pediu aos operadores que enviassem uma listagem das reclamações que recebem fora dos canais oficiais, ou seja, queixas que os utentes apresentam não no Livro de Reclamações, mas por email ou carta, por exemplo. Só no 2º semestre de 2016, são cerca de 22.000 as reclamações feitas por estes canais.
Na prática, isto significa que a AMT teve conhecimento de 32.289 recla- mações feitas entre o início de julho e o fim de dezembro do ano passado, o que dá uma média de 175 queixas por dia, três vezes mais do que as 56 reclamações diárias através dos meios oficiais da AMT.
Incumprimento e pagamento
O regulador ainda não analisou estes “protestos clandestinos”. Em relação às queixas oficiais, a esmagadora maioria refere-se aos setores ferroviário (44,9%) e rodoviário (42,6%). Quanto aos motivos, em primeiro lugar surge o incumprimento do serviço, que engloba aspetos como o cancelamento de viagens previstas, atrasos ou a sobrelotação.
Problemas com o pagamento (fragilidade dos títulos ou mau funcionamento dos equipamentos) e a qualidade do atendimento fecham o top 3.