Correio da Manha

Ex-treinador agenda sexo para roubar prostituta­s

HORROR Os cinco homens faziam-se passar por clientes para atacar as vítimas que trabalhava­m em apartament­os MÉTODO Um entrava sozinho e depois simulava nervosismo para a abrir porta aos cúmplices. Mulheres agredidas e ameaçadas de morte

- PORTO E VILA NOVA DE GAIA Nelson Rodrigues

u Entre junho e dezembro de 2022, o grupo de cinco homens dedicou-se a espalhar o terror com assaltos a prostituta­s que trabalhava­m em apartament­os do Porto e Vila Nova de Gaia. Faziam-se passar por clientes e, através do WhatsApp, marcavam encontros com as vítimas, a partir de anúncios, no Apartado X. Nos locais, agrediam as mulheres, ameaçavam-nas com armas de fogo e fugiam com dinheiro e artigos de valor. Um dos ladrões é um antigo treinador-adjunto de futebol das camadas jovens do Leixões. Estão todos acusados de crimes de roubo.

O grupo atacou seis vezes usando sempre o mesmo método. Um dos homens ligava a agendar os serviços de sexo e ia ter com a prostituta. Depois podiam atuar de duas formas: ou o arguido que se fazia passar por cliente agredia a vítima mal ela abrisse a porta - e depois deixava entrar os cúmplices -, ou então um deles entrava no apartament­o e antes dos momentos íntimos simulava estar nervoso e sem condições para se envolverem sexualment­e - pedia para ir à casa de banho ou dizia que se tinha esquecido do dinheiro. Forjava, assim, uma saída com o objetivo de abrir a porta aos restantes ladrões.

Os assaltos violentos renderam ao grupo 1360 €, bem como uma máquina fotográfic­a avaliada em 800 €. O ex-treinador de futebol é um dos três arguidos que estão em prisão domiciliár­ia. Outros dois estão com apresentaç­ões diárias às autoridade­s. O primeiro ataque ocorreu a 17 de junho. Mal abriu a porta, a vítima foi agarrada pelo pescoço, arrastada para um quarto, manietada e ameaçada com arma de fogo. Antes de fugirem, agrediram-na com uma pancada. O segundo caso, a 8 de julho, foi igual. A vítima foi obrigada a entregar o dinheiro que escondia no roupeiro dentro de uma meia enfiada numa sapatilha. Os últimos dois ataques foram cometidos na mesma noite.

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Suspeitos agendavam encontros e depois, já no interior dos apartament­os, agrediam as vítimas e roubavam-nas

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