“Desculpas esfarrapadas”
ª REAÇÃO
O antigo presidente do PSD Luís Filipe Menezes criticou ontem as “desculpas esfarrapadas” do presidente da JSD, João Pedro Louro, e do pai, Pedro Louro, presidente do PSD de Alcochete, sobre “a situação sub-humana” em que deixaram dois familiares: “Sem água, sem luz, no meio do lixo, de ratazanas e insalubridade.”
Referia-se ao avô de João
Pedro Louro, Arlindo, de 86 anos, e ao filho do idoso, Paulo, de 60, que sofre de perturbações mentais. Enquanto o primeiro já foi retirado de casa pelo jovem político, o segundo continua a viver naquela habitação.
Nas redes sociais, Menezes considerou que o presidente da JSD e o pai “não podem ser dirigentes significativos de um partido que se diz nacional, humanista, social-democrata e que até governa o País”. Pediu o “afastamento desta gente” por meio de “uma leitura exigente” dos estatutos do PSD e citou Francisco Sá Carneiro, antigo líder e fundador do partido, para lembrar que “a política sem ética é uma vergonha”. Ainda apelou a Luís Montenegro, que reconhece como um “presidente digno e
sensível” e entende que “de certeza não vai ficar quieto” perante os factos.
O presidente da JSD quebrou ontem o silêncio. “Naturalmente sinto-me chocado, desolado e envergonhado por descobrir a dimensão dos problemas”, afirmou num vídeo partilhado nas redes sociais. O político disse ter agido “de imediato” para “colocar o avô em segurança”, num “local seguro e digno, onde está rodeado da família”.
A relação com o idoso “nos
últimos anos era limitada a eventos familiares”, razão pela qual “desconhecia por completo a situação”, enfatizou João Pedro Louro.
O jovem dirigente político assegura que tentou trazer também o tio, Paulo, mas “infelizmente” não conseguiu “porque ele é maior de idade e independente”, pelo que não o podia “forçar a sair da própria casa”, um T4 que há cerca de 12 anos partilhava com o pai, Arlindo, em Odivelas.
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