Presidente da TAP prepara guerra contra o Estado
POSIÇÃO Christine Ourmières-Widener já contratou uma advogada para contestar o seu despedimento, por justa causa, da liderança da companhia aérea DECISÃO Ministro das Finanças já deu ordem para ser preparada a saída da gestora da empresa
A presidente demissionária da TAP prepara-se para entrar numa guerra jurídica contra o Estado. Christine Ourmières-Widener já terá contratado a advogada Inês Arruda, sócia da Vasconcelos, Arruda & Associados, para contestar a decisão do Governo de demiti-la, por justa causa, da liderança executiva da companhia aérea. No âmbito da auditoria da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) à indemnização da TAP a Alexandra Reis, a gestora responsabilizou o Governo pela decisão de rescindir o contrato laboral da TAP com Alexandra Reis, ainda que a iniciativa tenha partido de si própria.
Com a colaboração da sua advogada, Christine
Ourmières-Widener deverá começar a preparar uma ação judicial contra o Estado, para contestar o seu despedimento e reclamar o pagamento de verbas a que entenderá ter direito a receber. Com um contrato que terminaria o contrato em 2025, a gestora tinha uma remuneração de 504 mil euros brutos por ano e um bónus que poderá ultrapassar
os dois milhões de euros, em função do cumprimento dos objetivos do plano de reestruturação da TAP.
O ministro das Finanças anunciou, na última segunda-feira, a demissão da líder executiva da TAP e do presidente não executivo do conselho de administração, Manuel Beja, com base na conclusão da auditoria da IGF de que a indemnização da TAP a Alexandra Reis é ilegal. Na altura, Fernando Medina disse que esses gestores saíam da TAP sem direito a indemnizações. Medina deixou claro que serão pagas apenas as remunerações devidas por lei.
O ministro das Finanças já mandou a Direção-Geral do Tesouro e Finanças, segundo o `Negócios' de ontem, preparar a saída de Christine e de Beja da TAP.