NEGÓCIO DE KALÚ COM DÍVIDAS DE 5,3 MILHÕES
DÍVIDAS Empresa instalada no Mercado Ferreira Borges acumulou dívidas à Caixa Geral de Depósitos, Turismo de Portugal e outras entidades públicas SOLUÇÃO Processo Especial de Revitalização tenta entendimento com credores em dois meses
Quase 2,8 milhões de euros à Caixa Geral de Depósitos, 1,56 milhões à Turismo de Portugal, 13 312 euros à Segurança Social, 1575 ao Fisco e 59 595 à Câmara do Porto são apenas algumas das dívidas que fazem parte da lista de 28 credores do Hard Club, um espaço de concertos instalado no Mercado Ferreira Borges, no Porto, há nove anos. O buraco financeiro levou a empresa a pedir um Processo Especial de Revitalização (PER). Kalú, baterista dos Xutos & Pontapés e sócio e gerente do histórico espaço de concertos, fez saber ao CM que prefere não falar sobre o tema. Refere apenas que “não se trata de um processo de insolvência, mas sim de revitalização”.
O grosso do passivo decorrerá do investimento inicial feito na reconversão do espaço - que serviu como mercado de abastecimento de frutas até 1978 e que estava, no final da primeira década do século XXI, ao abandono. O objetivo da adesão do PER é sanear e reestruturar as dívidas. A lista dos credores foi divulgada há dias. “Seguem-se dois meses para as negociações com os credores, sendo que o prazo poderá ser prorrogado por mais um mês, e o que se pretende é encontrar uma plataforma de entendimento que permita a viabilização do projeto”, explicou ao CM o administrador judicial. Bruno Costa Pereira confirmou ainda que “a empresa vinha sofrendo pressão de alguns credores”. Já em maio o clube tinha sido, aliás, alvo de uma ação de penhora que foi travada depois de ser garantido um princípio de entendimento -, na sequência de um processo movido por uma empresa credora.
O futuro do Hard Club está nas mãos da Caixa Geral de Depósitos, que detém 51,88% dos créditos reconhecidos. No caso do banco, quase 1,9 milhões dizem respeito a um contrato mútuo, mais de 876 mil euros referem-se a uma prestação de garantia bancária e há ainda 296 euros de saldo negativo numa conta à ordem. Nas dívidas ao Fisco, estão em causa valores de IRC, IMI e juros de mora. Já o valor que não foi pago ao Instituto de Turismo de Portugal refere-se à entrega de incentivos.
KALÚ (XUTOS & PONTAPÉS) SALIENTA QUE NÃO SE TRATA DE INSOLVÊNCIA
PRESSÃO DE ALGUNS DOS CREDORES LEVA A REESTRUTURAR DÍVIDA